segunda-feira, agosto 28, 2006

terça-feira, agosto 15, 2006

Los Hermanos

Minha história com Los Hermanos não começou com amor à primeira vista.
Ouvi a primeira vez e tentei 'entender', melodia e letra. Ouvi de novo. Mais uma vez. E outra. Nesse estágio já tinha minha conclusão. Los Hermanos é a melhor banda brasileira quando faltam tantas no meu "Top 5".

Eu insistia nisso para o meu querido amigo tio Leleka, que insistia em resumir as qualidades da banda na aparente presunção de seus componentes. Eu dizia: Lelê, é mais que isso. Eis que ele se rendeu. A ponto de produzir um lindo desenho sob o título "Todo Carnaval tem seu fim", na alusão explícita e desenvergonhada da banda (postada em omeninoazul.zip.net/index.html e copiada descaradamente aqui por mim).

Seja pela qualidade dos arranjos, das harmonias ou das letras, Los Hermanos é foda mesmo. Quem discorda (ou não conhece), dê uma olhadela aí embaixo e ouça --em banda larga e som no talo-- a rádio Los Hermanos no UOL.


Casa Pré-fabricada
Los Hermanos

Composição: Marcelo Camelo

Abre os teus armários.
Eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol sobre os teus braços, castos.
Cobre a culpa vã
Até amanhã eu vou ficar
E fazer do teu sorriso um abrigo.

Canta que é no canto que eu vou chegar.
Canta o teu encanto que é pra me encantar.
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você.
Que explique a minha paz. Tristeza nunca mais.

Vale o meu pranto que esse canto em solidão.
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas.
Abre essa janela
A primavera quer entrar
Pra fazer da nossa voz uma só nota.

Canto que é de canto que eu vou chegar.
Canto e toco um tanto que é pra te encantar.
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você.
Que explique a minha paz. Tristeza nunca mais.

Retrato Pra Iaiá
Los Hermanos

Composição: Marcelo Camelo; Rodrigo Amarante

Iaiá, se eu peco é na vontade
de ter um amor de verdade.
Pois é que assim, em ti, eu me atirei
e fui te encontrar
pra ver que eu me enganei.

Depois de ter vivido o óbvio utópico
- te beijar - e de ter brincado sobre a sinceridade
e dizer quase tudo quanto fosse natural ...
Eu fui praí te ver, te dizer:

Deixa ser.
Como será quando a gente se encontrar ?
No pé, o céu de um parque a nos testemunhar.
Deixa ser como será!
Eu vou sem me preocupar.
E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar.

De perto eu não quis ver
que toda a anunciação era vã.
Fui saber tão longe
- mesmo vc viu antes de mim -
que eu te olhando via uma outra mulher.
E agora o que sobrou:
Um filme no close pro fim.

Num retrato-falado eu fichado
exposto em diagnostico.
Especialistas analisam e sentenciam:
"Deixa ser como será.
Tudo posto em seu lugar".
Então tentar prever serviu pra eu me enganar.
Deixa ser.
Como será.
Eu já posto em "meu lugar"?
Num continente ao revés,
em preto e branco, em hotéis.
Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.


Sentimental
Los Hermanos

Composição: Rodrigo Amarante

O quanto eu te falei que isso vai mudar
Motivo eu nunca dei
Você me avisar, me ensinar, falar do que foi pra você,
Não vai me livrar de viver

Quem é mais sentimental que eu?!!...
Eu disse e nem assim se pôde evitar.

De tanto eu te falar você subverteu o que era um sentimento e assim
Fez dele razão
Pra se perder no abismo que é pensar e sentir

Ela é mais sentimental que eu !!
Então fica bem
Se eu sofro um pouco mais.

"Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente. se ela te fosse direta, você a rejeitaria."

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim.
Eu sei, não é assim, mas deixa

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim.
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir..

Ultimo Romance
Los Hermanos

Composição: Rodrigo Amarante

Eu encontrei-a quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pra eu merecer
Antes de um mês eu já não sei
E até quem me vê, lendo jornal
Na fila do pão sabe que eu te encontrei

E ninguem dirá
Que é tarde demais
Que é tao diferente assim
O nosso amor
A gente é quem sabe pequena

Ah vai! me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
A fim de te acompanhar
E se o caso for de ir a praia
Eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê
Deve não ser
Voce me falou
Pra eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor

E só de te ver
Eu penso em trocar
A minha tv num jeito de te levar
A qualquer lugar
Que você queira
E ir onde o vento for
E pra nós dois
Sair de casa já é
Se aventurar

Ah vai! me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém
Afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar eu sigo essa hora
Pego carona
Pra te acompanhar

A Flor
Los Hermanos

Composição: Rodrigo Amarante/Marcelo Camelo

Ouvi dizer, do teu olhar ao ver a flor
Não sei por que achou ser de um outro rapaz,
Foi capaz de se entregar
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim,
Mas mesmo assim

Minha flor serviu pra que você achasse alguém,
Um outro alguém que me tomou o seu amor
Eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu

Tua flor me deu alguém pra amar
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final, sem meu lugar!
Eu tive tudo sem saber quem era eu...

E eu que nunca amei a ninguém
Pude então, enfim amar


Alem Do Que Se Vê
Los Hermanos

Composição: Marcelo Camelo

Moça, olha só o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
que a estrada vai além do que se vê
Sei que a tua solidão me dói
e que é difícil ser feliz
mas do que somos todos nós
você supõe o céu
Sei que o vento que entortou a flor
passou também por nosso lar
e foi você quem desviou
com golpes de pincel

Eu sei, é o amor que ninguém mais vê
Deixa eu ver a moça
Toma o teu, voa mais
que o bloco da família vai atrás

Põe mais um na mesa de jantar
por que hoje eu vou pra aí te ver
e tira o som dessa TV
pra gente conversar
Diz pro bamba usar o violão
pede pro Tico me esperar
e avisa que eu só vou chegar
no último vagão

É bom te ver sorrir
Deixa vir à moça
que eu também vou atrás
e a banda diz: assim é q se faz!

Condicional
Los Hermanos

Composição: Rodrigo Amarante

Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo céu
Fiz de tudo cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios

E quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar e ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem

Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios

Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo o lugar
Li em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
E alguma coisa a gente tem que amar
Mas o que, não sei mais

Os dias que eu me vejo só são dias
Que eu me encontro mais e mesmo assim
Eu sei também existe alguém pra me libertar

Conversa De Botas Batidas
Los Hermanos

Composição: Marcelo Camelo

- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- A gente só queria o amor...
- Deus parece às vezes se esquecer
- Ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
que a gente vai passar
- Veja você, quando é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder...
- E se amar, se amar até o fim
- sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
não ter o seu lugar

Abre a janela agora, deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
e agora esta de bem

Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
não ter o seu lugar

Diz quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além. Vão dizer
que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
vai cair

sábado, agosto 12, 2006

Porque é o seu aniversário




Segunda é dia 14 de agosto.

Um dia totalmente sem-graça para qualquer um que não tenha nascido nesta data, nalgum ano passado.

Eu nasci em 1977, às 11h40 de uma manhã ensolarada. Era Dia dos Pais e as visitas foram liberadas, inclusive para crianças. Minha irmã tinha cinco anos de idade e foi quem escolheu meu nome, Stela.

O Sol é o regente de meu signo. Minha Lua é em escorpião.

O mapa astral diz ainda que tenho 11 elementos fogo. E só um terra. Tenho problemas de fincar os pés no chão, de fato.

Tenho fixação por luz de velas. Sempre tive.

E confirmando o perfil leonino, adoro chamar a atenção, minha veia 'borboleta', segundo a prima Andressa.

Adoro o dia 14 de agosto, meu Ano Novo (que ingresso com 16 cm de flores e folhas novas postadas estrategicamente no início da coluna).

Este será especial graças aos beijos e abraços que ganhei ontem.

Clarissa, Fá, Joselani, Rafael, Chico, Leandro Leleka, Nana, Denise, Bianca, Fábio, Simone, Rodrigo, Maria e JP. Companhias ótimas para um dia de comemoração adiantada!

Seja bem-vindo, meus 29 anos.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Descoberta


Descubro um novo mundo a todo instante. Dei-me conta disso quando ainda era pequena. Lembro-me do pensamento, mas não da data. “Não há um só dia que a gente não aprenda uma coisa”. Da infância à adolescência foi assim. Quando somos crianças pensamos que adultos são seres estáticos –ou sabem de tudo ou nunca aprenderam nada. Surpreendentemente, pego-me pensando na mesma coisa hoje, na idade adulta. Não há só um dia em que não aprendamos alguma coisa.

Do uso culinário da semente de mostarda, a uma nova perspectiva do ethos. E chegando às mesmas conclusões da criança que havia em mim, diferenciando apenas pela erudição na forma de expressá-la.

Tenho pensado muito e isso também representa descobertas –algumas sentadas à minha frente há muito, embora eu não as enxergasse antes. Sobre amor, desejo, paixão, amizade, sexo.

Em um insight provocado pelo momento em que vivo, chego a conclusões:

É preciso admitir nosso ‘egoísmo’ e perceber que buscamos, sim, a satisfação de nossos próprios desejos, 'primários ou terciários'.

Sexo é caminho, não é fim.

O outro é parte de tudo, mas não é felicidade encarnada. Essas coisas estão na gente. No jeito que se leva a vida. No conjunto de prazeres que transcedem o carnal (mas que inclui esse também!). Na conclusão de um trabalho, na reviravolta da vida, na compra de um apartamento* e até na decisão de mudar de ofício. Isso quem pode nos dar é nós mesmos. Permite uma leveza capaz de deixar as coisas miúdas da vida serem tratadas como coisas miúdas da vida. Sentir é bom. Leve.

Só dessa forma podemos compartilhar com o outro. E sentir, abraçar, beijar, tocar, acariciar. Rir, chorar, beber, lembrar. Daí sim, tudo vira uma verdadeira festa simbiótica!

;-D



* Que encarna mais que uma simples mudança territorial, não é, André?

quarta-feira, agosto 02, 2006

(Nem) sempre mais interessante



Estranha essa mania de achar a vida dos outros mais interessante que a minha.

Ainda mais estranho é ouvir coisas como "nossa, como você tem feito coisas bacanas!". Ou, "quantas realizações suas nestes últimos anos". Essa é ainda pior: "nossa, como você é maluca".

Esquisito. Eu tenho uma vida absolutamente normal. Bem, é certo que coleciono algumas histórias tragicômicas para contar. Da diarréia na Lua-de-Mel, à viagem maluca e quase sem rumo a 500 quilômetros de casa, quando fui parar em uma república tirada das páginas de Feliz Ano Velho...

Ou pior: quando quase me afoguei no rio da praia do Lázaro, às 5h, depois de ter sido abandonada pela minha (ex)amiga Adriana (muito bêbada, esqueceu-se de mim) no local. E, molhada, pedi socorro em uma casa da clone da Hebe Camargo.

Tirando esses feitos -e o lance de ter sobrevivido à eles- tenho uma vida absolutamente normal (tão chata como a outra qualquer)! E embora muitas pessoas sempre digam que minhas histórias sempre venham acompanhadas de interjeições, eu passo sábados em casa vendo temporadas de Friends (obrigada, And)!