sexta-feira, setembro 29, 2006

Quando é hora de recuar



Tem coisas pelas quais vale a pena lutar, correr atrás, perseguir indubitavelmente. Justiça, respeito, ética, melhores condições de vida –para si próprio e para os outros— e trabalho são algumas delas.

Em geral, somos incitados a perseguir nossos objetivos desde criança. Não desistir da escola, do curso de línguas, das aulas de ginástica, judô, natação, dos horários do antibiótico, do tratamento homeopático e por aí vai.
Eu sempre fui criada assim e sempre tive metas. Aos oito anos de idade, decidi que seria jornalista –lembro-me do dia e da sensação. Eu estava na área de casa sentada com minha cachorra, Teka. Foi absolutamente claro pra mim como seria a vida. Eu deveria estudar e nunca desistir. Treze anos depois, eu tinha o meu diploma.

Houve outras coisas pelas quais eu insisti quando deveria ter deixado para trás. E hoje aprendi que aprender a administrar frustações –e isso inclui assumir a condição de derrota, em alguns momentos— importa tanto quanto comemorar vitórias.

Não dá para sofrer quando alguém não quer te ver mais. Quando aquele(a) amigo(a) querido(a) não liga mais. Quando se manda um telegrama urgente com pedido de resposta que nunca chegará. Não vale a pena insistir em um trabalho impossível. Em um amor invariavelmente (porque às vezes é possível conquistá-lo, sim) unilateral.

Contrariando todos os livros de auto-ajuda, é preciso saber a hora de voltar ou de ir embora. E isso não é derrota, meus amigos. É sabedoria.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Desse jeito perderei os leitores!



A vida está corrida. Obrigações mil inseridas em um histórico do 'tempo é leitura e produção' ou ainda 'tempo é cuidado maternal', adaptando o tradicional 'tempo é dinheiro'.

Anteontem, o anúncio: 18 livros pra ler até o dia 7 de novembro. Esforço necessário para quem quer (e precisa urgentemente) 'mudar' de profissão.

O relógio corre e eu preciso ir por ainda mais por um tempo. A cabeça está cheia de inspirações semeadas pelas leituras/vivências como a da última quarta-feira, quando a marginal do rio Pinheiros --escuro e entulhado-- encarnava a resistência dos espetáculos naturais muitas vezes raro nas metrópolis.

Em meio a tudo isso, a preocupação inevitável com as escolhas políticas e a necessidade de olhar o mundo com os olhos fixos naqueles que realmente não têm supridas as condições mínimas de existência. Decido em quem votar pra presidente, escolha lógica pra mim (apesar da decepção) e resta a dúvida quanto ao deputado federal (tenho três na lista). O restante já está decidido. Na política e no rumo da vida.

É esperar e torcer.


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Enquanto isso...

Vale a pena ver: V de Vingança. E ler os quadrinhos. Amigo Douglas tinha, emprestou e alguém nunca mais devolveu, pro meu ódio mortal.

Vale a pena ter: Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (DVD e trilha sonora)

Vale a pena navegar: http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/eleicoes/candidatos-deputado_federal-sp-a.shtml
(para paulistanos em dúvida do candidato a senador e deputado federal)

Vale a pena votar: no Suplicy!

Vale a pena ver/ouvir: www.mackzero5.com.br. Amiga Denise fez o site, que é lindo, e o marido dela fez as músicas, que soam graaaaaaaaaaaaaaaaaande!

Vale a pena ler: Cultura do novo capitalismo, de Richard Sennett (está fresquinho, publicado neste ano no Brasil).

Vale a pena escutar: quando dizem pra você levar o dinheiro na viagem e não contar só com o cartão do banco pra sacar e voltar. Especialmente se o seu cartão do convênio médico for da mesma cor do seu cartão de crédito.

terça-feira, setembro 05, 2006

Sempre a verdade



Escrever ficção é dissimular a realidade.
Não há como dissociar uma da outra. Uma história fictícia sempre diz a verdade de alguém. É o conjunto daquilo que somos, de todas as experiências vividas. Não importa se a realidade expressa no papel é imaginária ou não. Realismo fantástico ou modernismo. Ela é invariavelmente real. Escrever é tornar concreto o imaginado.

Colocar histórias à disposição na internet encerra essa metáfora. Viu como é óbvio?