segunda-feira, julho 29, 2013

Bilhetinho de despedida temporária (contém clichê, livre de spoilers)






Calma, estou de partida, mas você vai comigo nessa bagagem chamada sentimento. Vai embora dentro de mim como as coisas que não podem ser deixadas para trás, como o sotaque da terra onde eu nasci. 

Vou e não te deixo para trás porque você é o que está à frente, nas lentes dos meus óculos, onde lhe enxergarei mesmo sem te ver. Porque você é o futuro construído a partir dos momentos nos quais coloriu o meu passado recente. 

Ao partir, é você que estará no meu sorriso quando eu me lembrar do seu, no traçado de meia-lua da minha boca no momento em que eu me lembrar da sua na minha.

Todos os dias, daqui em diante, conviverei com a ansiedade de te ver novamente com a tranquilidade de ter lhe encontrado – sensação parecida àquela ao me deitar no seu peito, quando seu corpo me fez abrigo, e as batidas do meu coração pulsavam fora de compasso, acima dos 84 batimentos por minuto.

Você vai comigo porque é denso como ósmio e irídio, suave como a noite de Fitzgerald. Um ser oblíquo nessa minha vida de caminhos paralelos. Estou de partida e você também, porque um pouco irás comigo, aqui dentro do meu coração.