Parte 1
Cair na estrada, tomar um rumo. A existência de tais expressões não ocorre ao acaso. Sabe-se lá desde quando o mundo, as artes –e universo dos lugares comuns— apropriaram-se das estradas como figura de linguagem, sinônimo de mudanças e de liberdade. Não é diferente na cotidianidade da vidinha humana. E o cinema está aí apenas para reforçar tais idéias.
Nos dias atuais, com a crise do sistema aéreo, as estradas ocuparam o caminho vazio daqueles que dela dependem. São elas que ligam pessoas queridas umas às outras, parentes distantes, colegas de classe, o aluno à sala de aula -ignorância e conhecimento. Também não é ao acaso que as estradas são arteriais. Elas comportam um fluxo tão vivo quanto aquele que leva, entre outras coisas, hemoglobinas.
Nos últimos dois meses, rodei mais de dois mil quilômetros de estrada, entre idas e vindas semanais. Esta rotina acaba amanhã, com o fim das idas a São Paulo. Neste tempo, aprendi a e virar em um trânsito complicado, a encontrar nomes de avenidas conhecidos. Acabei perdida em duas ocasiões –mas nenhuma delas me tirou a fé de encontrar o caminho certo, literalmente. Passei horas cantarolando sozinha dentro de um carro e tive a grata chance de presenciar pelo menos cinco pores do sol tão inesquecíveis para mim quanto o nome da rodovia por onde trafegava: Ayrton Senna. Em uma noite, fiz como companhia uma figura até então inimaginável: algumas músicas do Kleiton e Kledir que afugentaram a solidão ao volante quando a pilha já não rodava nada além do rádio (só para constar meus companheiros favoritos nestas noites: Strokes, Maria Rita e Lou Reed. Nando Reis, Lenine e Ryan Adams. Pearl Jam, Franz Ferdinand e Arnaldo Antunes).
Foi na estrada que também desabei no início da última semana, ao ponto dos olhos ficarem tão confusos pelas lágrimas que as imagens pareciam fotografias registradas em baixa velocidade. E nesse dia elas foram minhas melhores companhias, tanto quanto o asfalto que nos leva por esse mundo afora.
Cair na estrada, tomar um rumo. A existência de tais expressões não ocorre ao acaso. Sabe-se lá desde quando o mundo, as artes –e universo dos lugares comuns— apropriaram-se das estradas como figura de linguagem, sinônimo de mudanças e de liberdade. Não é diferente na cotidianidade da vidinha humana. E o cinema está aí apenas para reforçar tais idéias.
Nos dias atuais, com a crise do sistema aéreo, as estradas ocuparam o caminho vazio daqueles que dela dependem. São elas que ligam pessoas queridas umas às outras, parentes distantes, colegas de classe, o aluno à sala de aula -ignorância e conhecimento. Também não é ao acaso que as estradas são arteriais. Elas comportam um fluxo tão vivo quanto aquele que leva, entre outras coisas, hemoglobinas.
Nos últimos dois meses, rodei mais de dois mil quilômetros de estrada, entre idas e vindas semanais. Esta rotina acaba amanhã, com o fim das idas a São Paulo. Neste tempo, aprendi a e virar em um trânsito complicado, a encontrar nomes de avenidas conhecidos. Acabei perdida em duas ocasiões –mas nenhuma delas me tirou a fé de encontrar o caminho certo, literalmente. Passei horas cantarolando sozinha dentro de um carro e tive a grata chance de presenciar pelo menos cinco pores do sol tão inesquecíveis para mim quanto o nome da rodovia por onde trafegava: Ayrton Senna. Em uma noite, fiz como companhia uma figura até então inimaginável: algumas músicas do Kleiton e Kledir que afugentaram a solidão ao volante quando a pilha já não rodava nada além do rádio (só para constar meus companheiros favoritos nestas noites: Strokes, Maria Rita e Lou Reed. Nando Reis, Lenine e Ryan Adams. Pearl Jam, Franz Ferdinand e Arnaldo Antunes).
Foi na estrada que também desabei no início da última semana, ao ponto dos olhos ficarem tão confusos pelas lágrimas que as imagens pareciam fotografias registradas em baixa velocidade. E nesse dia elas foram minhas melhores companhias, tanto quanto o asfalto que nos leva por esse mundo afora.
Parte 2
Coisa rara eu falar sobre minhas tristezas. Eu mesmo ‘me’ acredito como especialista na arte de sorrir. E isso não é artificial. Gosto mesmo de estar viva, de compartilhar e de respirar todos os dias.
Com certa freqüência, oferece ombro para os amigos e até me cobro quando não consigo dar a atenção que eles merecem (ombros e amigos). ‘Amar pode dar certo’, ‘O sucesso é ser feliz’ e os até os ‘Sete hábitos das pessoas muito eficazes’ poderiam surgir como conselho aos amigos mais necessitados.
Sentir-me como um livro ambulante de auto-ajuda já me fez pensar, em mais de uma ocasião, na possibilidade de explorar o ‘talento’ com fins lucrativos (rá!). Pena ser tão idealista e correr das prateleiras mais respostas nas livrarias.
Na linha da auto-análise, admito não ser fã de melancolia (apesar do meu gosto musical), de gente amarrada ao passado –de tristeza, em geral. Admitir-me nesta condição é tão doloroso quanto estar nela.
A condição de refutar a dor não é minha. Haja visto a quantidade de fluoxetina e outras ‘pílulas da felicidade’ despejadas por aí pelas receitas médicas. O mundo não admite mais a tristeza. Mas o que seríamos de nós sem ela? (desculpe, não consegui evitar a frase ‘shiniashikiniana’. Eu avisei!)
Sorte ter o repertório de auto-ajuda intríseco. Assim, minhas dores passam em menos de uma hora e eu livro ombros amigos de tal decepção. Afinal, a gente é aquilo que imagina ser, poderia dizer um guru qualquer por aí. E eu fico com o adjetivo ‘feliz’. Sem Prozac.
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(Nos fones, 'Esperanto', de Freundeskreis. Obrigada, Denise!)
Um comentário:
Parabéns pela finalização do curso e que ess possa ser mais um na sua carreira.
E a respeito da triteza se precisar de um ombro amigo estarei sempre ao seu lado.
E mais do que nunca seja sempre essa pessoa alegre,apesar dos obstáculos que a vida nos prega.
Felicidades e bom humor sempre. RSRS
PARABÉNS
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