segunda-feira, agosto 20, 2007

Todas Amelies do Mundo




De longe tenho a intenção de ser a porta-voz da alma feminina.
Falo de mim e, se quiserem, tomem por base todas as mulheres restantes no mundo.
Faço parte de um grupo batizado pelo meu egocentrismo de "Todas as Amélies do Mundo".
É como me sinto boa parte do tempo.
Não tenho a delicadeza de Audrey Tatou que imortalizou a personagem a ponto de não conseguir se desvencilhar da pobre (ou abençoada, depende do ponto de vista), Amélie Poulain.

Tenho uma legião de amigas que amam o filme. Minha teoria é simples. Para nós, mulheres (merda, virei a suposta porta-voz de novo), o amor de Amélie e Nino Quincampoix é extra-sensorial. Inocente. Quase infantil. Mesmo a cena onde eles finalmente se tocam é sublime. O desejo é parte do amor e não o ponto de partida.
Ela o quer pela identificação. Porque ele é como ela. Embora trabalhe numa sex shop ele, em certo momento, ignora toda a sexualidade explícita em contemplação de uma paixão por alguém cujos contornos são desconhecidos.

Todas queremos sexo, isso é fato. Mas queremos os suspiros de Amélie e Nino também. >Queremos pele, mas queremos alma. Queremos ser insustentavelmente leves.

Quem não quer ser alvo de um amor como o idealizado por Rodrigo Amarante na estrofe da belíssima .... . "(...) E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei (...) E se o caso for de ir a praia eu levo essa casa numa sacola...". (Tanta delicateza faz com que muitas acabem querendo o próprio Amarante).

Pedir um pouco desse tipo de romantismo é ser sentimental demais? Preciso então mudar minhas preferências literárias e cinematográficas. Daqui saio para a locadora onde alugarei 'Duro de Matar'.

2 comentários:

Anônimo disse...

tah faltando cor aqui!
(sorriso)

Stela disse...

é, por isso a gente coloca de mentirinha! a vida ora é bem sem graça. e os meus textos, idem! rs