Pintadas a mão por Stela, pessoa estranha porém bem-humorada e insistente na tentativa de imprimir cores em seu mundinho cotidiano mas raramente monocromático.
domingo, outubro 28, 2007
Maior que a blogosfera
O universo da blogosfera é um mar de achismos musicais. Parece não haver assunto melhor para se escrever um ‘post’ –texto, no jargão dos blogueiros (que é mais ou menos qualquer pessoa com acesso à internet hoje em dia).
Pode-se pressupor que tais conjecturas musicais servem menos ao universo que uma pá furada. Sim, ‘pá furada’ já é uma alusão a Los Hermanos, milimetricamente pensada para introduzir o assunto mais senso comum depois das novelas da Globo: a música.
E cá estamos nós, cada um de seu respectivo lado –A ou B--: comigo escrevendo e você lendo mais umas bobagens sobre gostos musicais que não interessam muito ao mundo além de você e eu. Cada vez que ouço John Mayer (aquele nascido em 77 como eu) gosto mais da qualidade de seu trabalho. ‘Any Given Thursday’ é um puta disco e não me interessa se é inovador ou se as cadências lembram, hora ou outra, outro ‘J.’: Jeff Buckley.
Música é isso mesmo, bigger than mine and your body (na segunda apologia do texto). Mayer acerta na composição e nos acordes. E transforma música em mais uma experimentação corporal. Como ele poderia argumentar (mais uma vez usando o tema como referência), nosso corpo é uma wonderland. E não é?
E se o blues dá o tom da sonoridade de Mayer, foi ele quem embalou o sensacional Jeff Buckley nos anos 90. Eu ensaio para escrever algo sobre Buckley desde o ano passado. Nunca me acho suficientemente pesquisada ou apta para falar sobre ele.
'Grace' –o primeiro e único álbum lançado ‘em vida por Buckley— nasceu para ser degustado, assim como o póstumo “Sketches for My Sweetheart the Drunk”. Sim, Jeff deve ser tateado, lambido, retorcido. Penso como a trilha caberia bem para um encontro a dois. Porque Jeff soava muito sexy (não só pela sonoridade) ao mesmo tempo em que era provocador, melancólico.
Se Justin Timberlake acha que tem algum sex appeal ou se suas músicas provocam arrepio, deveria ir comer um prato de ‘feijão com arroz’ (ou para regionalizar, uma american pie) na referência buckleyniana: imprevista, densa e leve: tudo ao mesmo tempo.
Mais sobre Buckley: http://pinguimazul.wordpress.com/category/jeff-buckley/
http://www.youtube.com/watch?v=hm8JoMhgjRw
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