sábado, abril 25, 2009

Aguinaldo Silva seria o escritor da minha vida?

vidinha sem graça ou é enredo de novela das sete?
(sem-graça e novela da sete é pleonasmo vicioso)





este post não vai obedecer ordem alguma já que o pensamento é assim --fluido e interligado por relações cognitivas geradas por deus-sabe-lá-porquê. eu estava tomando banho e pensando um monte de asneiras, fato corriqueiro quando eu me ensaboo, e decidi escrever tudo meio desordenado, assim como as palavras e imagens que me formam à cabeça.

é uma pena porque porta-voz da economia de água e do banho de cinco minutos, qualquer um descobrirá que trata-se de pura demagogia. cinco minutos em baixo da ducha [lorenzetti, nada mais refinado] seriam insuficientes pra produzir tanta merda. muito embora qualquer idiota da área de comunicação [da qual faço parte, então nada de mea culpa] sabe que trinta segundos dá pra falar (e pensar) muita coisa: é um spot de rádio e o tempo básico de um "reclame" na televisão.

comecei pensando no meu amigo felipe, que mora em san francisco, california. aparentemente "pretty cool" ter amigos que moram em san francisco --e eu já tenho dois: além do felipe, a raíssa (e eles nem se conhecem, mas isso é indiferente). um taxista e uma baby sister (falar babá em português empobrece a aura cult da ocupação). pois bem, há algum tempo o felipe me disse em uma conversa internética: --ah, stela. tenho inveja da sua vida social. vejo as fotos no orkut [aliás, ótima referência pra vida social alheia, por isso dissimula-se tanto por lá] e penso quantos amigos você têm e como é legal sua vida.



ok. convenhamos: meu álbum de fotos do orkut estava causando inveja [branca, porque nos dias de hoje até inveja é catalogada em níveis que variam da boa àquela que só com espada de são jorge na porta de casa] no meu amigo que, oras, vive em san francisco e conhece, no mínimo, umas quatro pessoas diferentes por dia [pela ocupação de taxista, só pra lembrar].

eu continuo morando em jacareí-sp. cidade com 206 mil habitantes, de onde quase nunca saí. o que poderia haver de tão interessante?

não vou fazer o discurso: "ah, minha vida é bem monótona" porque nem eu mesmo acho isso. não sinto que sou a amante do indiana jones e tampouco o próprio, mas ocorrem coisas bem bizarras no meu mundinho. na realidade, acho que a vida de todos é lotada dessas coisas [haja visto as histórias de harvey peaker, o quadrinista]. talvez a gente só não perceba porque "a grama do vizinho sempre parece mais verde".


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eu tenho 31 anos e há cerca de uma semana achei meu primeiro fio de cabelo branco. foi um impacto pra mim, como se o relógio biológico me apontasse: "stela, desista de galochas de oncinha porque isso não cabe mais a sua idade." pontuei esse fio de cabelo branco como um sinal do fim dos tempos. talvez agora eu fosse murchar. ou talvez só fosse hora de voltar a pintar o cabelo (fiz isso por quase doze anos e há dois optei pela cor natural. natural o caraio, penso agora).

recentemente reencontrei um ex-namorado que ressurgiu não das trevas --mas dos céus, quase que literalmente-- depois de 16 anos. ok, reencontrar um ex é absolutamente normal, certo? só não é comum ser o tal 'ente' um ex-metaleiro [ou headbanger], ex-monge [da ordem das carmelitas] e aspirante à padre. bem, poderia ser normal, você pode pensar. mas não pra alguém que frequentava missa no máximo até os oito anos de idade e que sequer é católica. lembra-se da tal vontade das galochas de oncinha? pois é verdade.



agora, imagine você se esse pseudoromance sem relação carnal podia dar certo? ele de hábito e eu de shorts balonê e galochas. tsc tsc. fadado ao fracasso desde o princípio, dona stela. mamãe gostou do fato de eu ficar desfilando com o futuro padre pra baixo e pra cima. fluente em quatro línguas (incluindo hebraico e italiano, claro) e um exímio violonista, fã de raphael rabello, dono de um gosto apuradíssimo pra vinhos e ótimo no xadrez [o jogo, não a alcunha pro xilindró]. bom demais pra ser verdade? pois é. tive que devolvê-lo pra jesus antes que eu celebrasse um pacto com o outro lado só pra não largar esse osso. ops, moço. tanto faz!

e de repente a itália entrou na minha vida. além dos músicos, agora eu virei um chamariz pra coisas relacionadas à terra nostra. eu, que nem ascendência italiana tenho. meu orientador do mestrado mandou-me cursar uma disciplina com o massimo de felice. é, o máximo da felicidade, é a tradução do nome do italianão com o qual passo minhas tardes de quinta. mas não é nada do que você está pensando: prof. massimo é um intelictual de primeira e, além de inteligente, é bem bonitão: tipo um gerard depardieu mais jovem e mais moreno [e italiano, não francês como o ator citado]. bom, os dotes físicos do massimo é o que menos importa na hora de escolher onde devemos nos sentar nas aulas, pra ser sincera. o que importa é entender seu portuitaliano. e pra isso, a gente tem ficar perto do homem e prestar bastante atenção.



o massimo é só um capítulo do "ano da stela na itália" [isso porque me abstenho de comentar do ex que mora na itália e que eu revi em 2007]. 2008 já teve sobrenome "padovani" e "lafranchini" pra dias de alguma 'felice' ou diversão. e na última quarta estava eu no sesc paulista, comendo um pão de tapioca [assunto tçao sério esse pãozinho que merece um 'post' só pra ele], quando um ragazzo com pinta de americano começa a falar comigo. em italiano, claro! respondi de bate-pronto: italiano só na aula do massimo. e ele sem entender arriscou um espanhol. devolvi com um "só em inglês, babe". engatamos uma conversa e o resultado é um novo amigo gringo no meu facebook. italiano, bona gente, claro!

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e se isso não é vida com certa mobilidade, mesmo não sendo celular (dã, trocadilho péssimo), talvez minha saúde dê uma outra pauta. é o lado do drama, como diria minha amiga joselani [que jura de pé junto que eu saí das histórias de aguinaldo silva. se ainda fosse do manoel carlos, oras...]. há menos de uma semana tive que voltar aos psicotrópicos. sempre julguei coisa de gente doida tomar gadernal, tregretol e outros baratos desses. é, talvez seja mesmo.

contrariando todo a lógica, tive que voltar ao antidepressivo amitril e ao comprimido pra epiléptico carbamazepina (ou tregretol). e antes que vc pergunte se eu sofro de algum dos dois males, respondo já: não. não sou depressiva e tampouco tenho ataques à la ian curtis. seria muito óbvio, além da hiperatividade e déficit de atenção. nem sei se devo falar, porque parece que a doença gruda na gente quando a afirmamos, mas é um problema aí do nervo do rosto que aparece vez ou outra pra me encher os pacová. resultado: além da merda da dor e do sono quase consttante, fico proibida da ingestão de álcool. e agora por "pelo menos, seis meses".



seis meses. ou seja, se tudo correr bem, poderei beber em abril! que ótimo mês pra se beber cerveja. aquele friozinho já chegando e eu morrendo de saudades da heinekein durante todo o verão. logo agora, que vou passar o reveillòn na casa de bacana do meu tio em ilhabela. totalmente sóbria. ou sedada, depende da quantidade de amitril e tegretol do dia. pra tudo isso, só uma palavra. ou meia, que já basta: carai.



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no beer, no sex, no money. esse trimônio pode soar pior que a nevralgia do trigêmio. ah, isso sem contar que eu fiquei ããããnos desejando um abridor de vinhos descente. ok, ganhei um do ex-metal-monge e futuro padre, daqueles bem fodões, cromados e tals, há pouco menos de um mês. e pelo menos até abril, ele servirá somente pra abrir suco de uva. é, talvez haja um pouco de graça nessa minha vida. ou um dedinho do aguinaldo silva.

stela guimarães
7 de outubro de 2008

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Achei no meu computador esse texto, que escrevi no início do outubro do ano passado.
Só adianto que não fiquei esse tempo todo sem beber. E lembro-me que, naquela madrugada, não estava afim de usar letra maiúscula. Deixe assim, menos por preguiça, mas por uma questão estilística (desculpinha esfarrapada, dona Stela).

tsc tsc.

4 comentários:

Amuná Djapá disse...

Você é a nossa Suzana Vieira!!!!

*margaridanegra* disse...

oi stella...
Poste novidades...achei seu blog meio que sem querer...=)
Abraço

Anônimo disse...

"Madona"
Vc é "phódona"
adorei o que li...
sds, bjin
Cris (Restaurante Viguetto) lembra?

Stela disse...

Obrigada pela visita, Cris. claro que me lembro, boboca! =)