Não faço a menor ideia da origem da expressão ‘beijo me liga’. Já a vi por aí em alguns blogs de gente famosa e de peso –gente como Marcelo Tas, por exemplo.
Uma vez mandei um e-mail para o Marcelo Tas declarando-me fã de seu trabalho, desde o professor Tibúrcio (eu nem me lembrava do Ernesto Varela. Pra mim, o que importava nos anos 80 era o Rá-Tim-Bum) e depois com o Vitrine. Fiquei borocochô porque o Tas parecia tão íntimo –coisa natural de quem figura na tevê— que fiquei triste com a ausência mesmo de uma resposta automática. Eu era adolescente, pô, mais sensível que agora. E meu e-mail não foi piegas –pontuei coisas interessantes (pelo menos foi meu pensamento à época) e eu não estava interessada no sorriso do simpático careca. Era uma admiração intelectual, algo muito diferente de gente maluca que segue o apresentador de tevê e xinga a namorada do cara pelo Orkut (ops, e isso é fato verídico, minha gente).
E os anos se passaram e eu nunca nem tinha visto o CQC (confissão número 898 do blog: só vejo tevê pelo Youtube e nunca assisti o referido programa pela mídia convencional) quando dou de cara com o Marcelo Tas em um evento na comedoria do Sesc da avenida Paulista, em 2008.
Foi assim: eu estava no lançamento do livro Mutações, que é a coletânea de um seminário promovido pela USP, UNB e UFRJ, do qual participava, e um tanto desloucada em meio a um povo extra-large-cool, encontrei uma garota da minha sala nas aulas do Mauro Wilton, lá da ECA/USP. Toda pomposa, não hesitei em seguir com cara de intelectual na direção da guria (de quem não sei o nome, mas sentávamos perto uma da outra e nos dávamos ‘boa noite’, o suficiente para garantir na mulher um porto seguro naquela noite).
Desvio de uma cinco pessoas e, quando chego até ela, portando um sorrisão de alívio, descubro a identidade do interlocutor da conversa da garota, o cara careca e bem vestido de costas era o Marcelo Tas!
Envergonhada, dou um olá coletivo aos dois, daquele mais gestual (com aceno de mão e voz fraca) e sigo em frente. Em menos de um segundo, o porto seguro da garota ficou mais vulnerável pra mim que o Titanic pra Rose e Jack após o choque com o iceberg; Temi que o meu antigo segredo de fã renegada pudesse ser revelado (‘oi, eu sou a garota que lhe escreveu um e-mail quando tinha menos de 20 anos dizendo o quanto gostava do Prof. Tibúrcio). Sumi de lá com meu pãozinho de tapioca em mãos. Beijomeliga, Marcelo!
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