Calma,
estou de partida, mas você vai comigo nessa bagagem chamada sentimento. Vai
embora dentro de mim como as coisas que não podem ser deixadas para trás, como o sotaque
da terra onde eu nasci.
Vou e não te deixo para trás porque você é o que está à
frente, nas lentes dos meus óculos, onde lhe enxergarei mesmo sem te ver. Porque
você é o futuro construído a partir dos momentos nos quais coloriu o meu
passado recente.
Ao partir, é você que estará no meu sorriso quando eu me
lembrar do seu, no traçado de meia-lua da minha boca no momento em que eu me
lembrar da sua na minha.
Todos os
dias, daqui em diante, conviverei com a ansiedade de te ver novamente com a
tranquilidade de ter lhe encontrado – sensação parecida àquela ao me deitar no
seu peito, quando seu corpo me fez abrigo, e as batidas do meu coração pulsavam
fora de compasso, acima dos 84 batimentos por minuto.
Você vai
comigo porque é denso como ósmio e irídio, suave como a noite de Fitzgerald. Um
ser oblíquo nessa minha vida de caminhos paralelos. Estou de partida e você
também, porque um pouco irás comigo, aqui dentro do meu coração.
2 comentários:
Um pequeno poema a quem um dia me fez feliz
(...)
A quem um dia me fez feliz,
Basta dizer que estou tranquilo.
E apenas isto.
A quem um dia me fez feliz,
Digo que chorei.
Mas não mais do que isto.
Talvez possa dizer que sofri um piteco,
Mas por culpa do que levaste e tiraste de mim
E não pela ausência de ti.
Que bonito, Fabi! :)
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