Começou com uma espécie de pitada de ciúmes. Logo de cara, uma dúzia de adolescentes na minha frente. Coisa de quem está acostumada a ver o show de perto. No final, a gente acaba se achando dono do lugar. Afinal, gostamos a mais tempo do artista e comentários do tipo: “sim, ele tem outras músicas bacanas além de Segundo Sol” são inevitáveis. Coisa de gente egoísta e mesquinha. Que não combina com as letras daquele que admira.
Depois de duas horas de espera, o show finalmente começa. Não é comum tanto atraso. Estranho, além do tempo, a quantidade de pessoas que lotam o ginásio atrás de mim. Entendo. Afinal, música boa é pra tocar na rádio também. Do contrário, iria contra minhas próprias convicções a respeito do pop. Popular é bom. Quem dera se todos pudessem sentir poesia na alma.
Aos poucos, o egoísmo é substituído por uma sensação inebriante de felicidade. O coro quase cala a voz do artista para quem escolhe a proximidade do palco (onde o som do ambiente nunca é o melhor –deficiência facilmente esquecida pelo prazer de compartilhar a expressão do artista, sempre tão sensível, performático).
Mesmo que “As Letras Mais Azuis” ainda não seja a mais cantada. E que o artista esteja particularmente melancólico e um tanto quanto sofrido naquele dia, essencialmente triste.
Sim, mais uma vez eu estava lá. Compartilhando sua música, poesia e, por que não, sua vida e sentimento. Espero ter, juntamente com os outros, ajudado a preencher o vazio daquele que ajuda a embutir lirismo em nossas vida. E o egoísmo do início ao final havia se esvanecido. "A questão é sermos razoáveis".
Rodapé: Na etimologia “fanatismo” pressupõe a ausência de lógica. Se for assim, não sou uma fanática. Há muita razão em admirar quem nos emociona. Ou não?
2 comentários:
Ele estava tristinho? Será que brigou com a Ana Manteiga?
Acho que eles terminaram. E ele está com saudades da ex. rs.. conjecturas.. rs
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