O dia amanheceu frio. Úmido. Não gosto desse tempo fechado. Só serve para dar cor sépia às fotos. Sou movida à luz solar. Preciso dela como um prisma para minha realidade.
À tarde, debaixo de uma garoa que só serviria acaso a temperatura caísse mais uns dez graus, coloquei minha pashimina vermelha e meu novo brinco de estrelas cor verde-limão.
A vestimenta cuidadosamente escolhida acompanhou o trabalho quase braçal desempenhado hoje por mim hoje.
Servi de ajudante na mudança de minha mãe para o novo apartamento –sonho de toda a vida de minha genitora e que diminuirá a distância física entre nossas residências (separados apenas por 20 minutos de caminhada).
No caminho, um saquinho de amendoins cobertos de chocolate –de péssima qualidade, ressalto— ajudou a desviar meu pensamento que insistia em repetir: “que friaca””.
Na realidade, a textura dos amendoins é o que me garantiu momentos de êxtase hoje. Gosto mais de segurá-los e do movimento que faço quando os arremesso à boca do que necessariamente degustá-los.
Pequenos prazeres como esse divertem minha vida. À noite, na ânsia de dar continuidade à eles, rendi-me a um vinho barato pelo simples fato de segurar a taça e lamber –quando ningúem está perto— a borda de vidro molhada pelo líquido nem tão precioso assim.
Para acompanhar, duas colheradas de brigadeiro quente –comidas sem culpa, mesmo com o relógio já tão adiantado.
Agora, completo minha jornada iniciada às 9h37 com minha meias felpudas –motivo de deleite quando acaricio meus pés um contra o outro— debruçada sobre esse teclado macio. Pode haver algo melhor?
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