sábado, março 26, 2011

Não, eu não aceito me casar com vc, @perdedor




Não, eu não aceito me casar com você, senhor gosto-de-fazer-charme-pedindo-mulheres-em-casamento-via-MSN. Talvez você, mulher, já tenha se deparado com um desses, tipinho cada vez mais comum no universo internéticogalático: o proponente de casório via MSN, SMS, Facebook ou Twitter.

Parece-me que propor amor eterno via redes e comunicadores instantâneos "é o novo preto", como diria minha amiga Fabi. Na última semana, recebi três propostas de casamento via internet, de três homens diferentes. Uma veio via e-mail, olha que old fashioned, e partiu do 'senhor P.'. Na realidade, ele não costuma propor casamento, ele sempre afirma a mesma coisa: "me caso com vc".

Enfim, se não sou apaixonada por ele(s), por que deveria me revoltar? Sim, ele é um cara bacana e tem ótimos atributos, mas cataloga as mulheres com quem sai como membros de uma seita que ele chama (penso que carinhosamente) de CPS. O 'C' é de central, o 'P' é a primeira letra do nome do rapaz e 'S', de solicitações. Ele tem muitos encantos, admito, mas por essas e outras eu não enlouqueceria de amores pelo ragazzo.




Ok, quer saber? Senhor 'P'ropoente: você não é a última bolacha do pacote, meu caro. E embora seja muito gentil - ao ponto de cuidar de mim um dia em que eu estava bem doente e de ser muito amável com meu filho - cheguei a conclusão que não vale a pena perder muito tempo com alguém que fala mal da ex-namorada e depois corre atrás dela porque, possivelmente, sua CPS esteja meio precária. Ou um cara que esconde ter passado as férias com uma de suas ficantes - e a deixa ser chamada de 'quati' por uma amante-sem-caráter.

Tá, cansei de ser boazinha, ok? Sou simpática e boa amiga, mas não quero me casar com nenhum desses machos proponentes de amor eterno tardio.

A última piada do mês foi a de outro senhor vivo-100-anos-sem-te-ver-mas-me-acho-no-direito-de-lhe-dizer-via-MSN-que-quero-me-casar-com-você. Pronto, rimado fica até mais legal. Você fica com alguém uma vez que nunca mais vê. Uns aninhos depois, o distinto aparece do além no seu MSN dizendo: "oi linda". Muda o repertório, babe. Porque "oi linda" é um outro clichê "du ramo" da cafagestagem. Você tenta não ser muito indelicada com o cavalheiro e ele logo emenda as perguntas básicas do tipo: "como vc está?". Preguiça. Ai, que preguiça. Mais uma resposta gentil e o moço solta na terceira frase (depois da clássica interjeição hum', que ele costuma usar): "quer se casar comigo?". NÃO, EU NÃO QUERO ME CASAR COM VOCÊ. Corto por ali a conversa. Afinal, minha parcela 'bitch' do papo está sendo destilada nesse texto e eu não preciso alfinetá-lo diretamente. Depois mando um link pra ele do blog e, se ele tiver paciência em fazer algo além de se mirar no espelho, talvez leia e entenda o recado.




Importante: eu NUNCA pensei em me casar com esse moçoilo e JAMAIS dei algum motivo pra ele imaginar isso. A explicação? Faço minhas as palavras da amiga Joselani: "homem tem uma autoestima inexplicável". Pois é. Acho que pedirei para o tal, o R., me passar um pouco da sua segurança. Quem saiba eu gaste menos rímel com isso antes de sair de casa.



A terceira proposta foi igualmente descabida. Okay, esse não fez o pedido de casamento, mas me disse (anotem, essa é boa e inédita, NOT!) "vc foi a melhor coisa que me aconteceu, a melhor companhia e a melhor NAMORADA mais legal que eu tive".
A grafia da 'namorada' em caixa alta é minha. NÃO, EU NÃO FUI SUA NAMORADA, respondi. Gente, eu não fui namorada deste cara, o taç. Mr. F.! Tá, quando o conheci ele distribuía poesia num fanzine e achei literalmente poético à época. Eu achei o poema principal ruim e ele curtiu. Logo, fui uma bitch, não posso ter sido a melhor coisa que aconteceu pra esse cara. E não fui, certamente.

Porque, na real, sem rancor, eu mal lembro da existência desse homem. Só me lembro porque às vezes ele me manda uns spans com poesias dele. Sou educada, leio e, vez ou outra, até reviso e dou pitacos. Mas isso porque sou legal, lembra? NÃO ESTOU TE DANDO MOLE.

Eu sei, vocês devem estar pensando que eu é que me acho a última bolacha do tal pacote. Não, não sou. Mas também não sou uma cream cracker e nem uma traquinas. Aliás, ninguém é. Todo mundo tem lá seus encantos. Mas o repertório desses machos do século passado é que me cansa.

Se algum deles se importasse de fato comigo, teriam agido de modo bem diferente, cada um na sua maneira. "Dramas de sucesso, mundo particular, solos de guitarra" e gracejos do tipo "não vão me conquistar" e nem fazer com que eu alimente seus egos respondendo também com um virtual "sim".

Parem de brincar de galã de quermesse, meninos. Quando algo do tipo ocorre, sempre me lembro de uma das minhas personagens favoritas do cinema, Claire Colburn (Kirsten Dunst) em Elizabetown. Em uma cena, Claire responde à Drew (Orlando Bloom): "I don´t need an ice cream cone"/"Here's a little something to make you happy"/"Something sweet that melts in five minutes.".



É a mesma coisa comigo: eu não preciso de um sorvete de casquinha, algo 'sweet' and 'cute' pra me deixar feliz durante cinco minutos. Give me a break, men! O que você pretende dizendo essas coisas? Um elogio ou é marca de território? Quer saber? Não preciso desse sorvetinho. Para essas coisas, existem pessoas que realmente se importam - e me oferecem uma sorveteria inteira, com buffet por quilo eterno e de graça. São meus amigos, esses tais sorveteiros.


Meu coração é grande, cabe bastante gente (e de fato, sinto que ele nunca está com superlotação). Mas respeito é bom e a gente gosta, não é? Por isso omite seus nomes aqui, rapazes. Por respeito. Porque não sairei reclamando simplesmente porque estou solteira. E o fato de eu estar sozinha não lhes confere o direito de pensar que estou desesperada por um @pedidodecasamento. Eujá fui casada, sei como é. E, se um dia, decidir 'juntar os trapos' de novo, não será com alguém que finge se importar. Será com alguém que se importa - e que me importe também. Alguém que me respeite, mas respeite suas namoradas e mulheres. Alguém que eu vou respeitar e só aí, quem sabe, responder: "eu aceito".




Stela Guimarães
26/03/2011

(prometo revisar depois, 'galere'. tô cansada demais pra encontrar problemas ortográficos, ortodônticos ou urodinâmicos a essa hora)

2 comentários:

André disse...

Então... casa comigo!


:P

Stela disse...

Não é fácil expurgar a hipocrisia que nos ajuda a manter a acessa a centelha de nossa autoestima. Não tenho nada contra quem diz aos amigos que está com saudades –geralmente encaro isso como verdade. Mas é preciso que as pessoas entendam o limiar entre simpatia e intimidade ou, em certos casos, intimidade e respeito. O que eu disse e repito é: não estou a fim de receber prêmios de consolo à distância, com mensagens de gente que não participa da minha vida ativamente e acha que o relógio não passou.
Para mim, abstrair esse tipo não é tão difícil. Desafio mesmo é ser adulta ao ponto de escolher o que serve ou não a minha vida, de vislumbrar a tragédia antes de consumada.
Difícil mesmo é saber que se ama alguém com quem você sabe que não seria feliz e optar por se manter longe dele, simplesmente porque sabe que esse romance não faz bem nem a você, nem a ele, nem as pessoas ao nosso redor. Difícil é agir com a cabeça e não com o coração. Ser feliz é questão de escolha. E eu arco com as consequências das minhas, sejam elas fáceis ou difícieis, dolorosas ou não.

André: PS. te amo, amigo! =)
Só vc pode me pedir em casamento pelo Gtalk e pelo blooger, ok? rs