segunda-feira, dezembro 22, 2008

Luz e sombras



Museu de Antropologia do Vale do Paraíba (MAV), captado por mim em uma dessas noites de dezembro.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Bumerangue

E um dia você vai amar alguém de novo.
Pode não ser pra sempre.
Nem a última vez.
Pode ser um dia. Um mês. Um ano. Dez.
Pode ser por 15 minutos.
Talvez, logo em seguida, você ame um outro alguém.
Ou provavelmente, não ame ninguém por um bom tempo.
É pouco provável, mas ocorre de você nem sofrer.
Na maioria das vezes, é possível que você sinta dor comparável à morte de outrem.
Ou sinta-se leve, sabendo que seu amor foi compartilhado pra aquele ‘quem’.
Mas indubitavelmente, você irá amar alguém de novo.
Um velho amor ou algum novo.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Um ano sem Davi

Em oito anos de trabalho em jornal diário –sofrendo a pressão do fechamento e o efeito do pôr-do-sol, quando todo trabalho precisa ser concluído no mesmo dia— nunca fora tão difícil noticiar um fato quanto o que tive que relatar há quase um ano, em 19 de dezembro de 2007.

Naquela madrugada, morria aos 53 anos, o vice-prefeito e secretário de Infra-Estrutura de Jacareí, Davi Monteiro Lino. Escrevi um comunicado para ser colocado nas portas da repartição pública onde trabalho na Assessoria de Comunicação. Poucas linhas e muita dor.

Meu contato com Davi começou em 2001, quando ele assumiu a presidência do SAAE e depois, a Secretaria de Meio Ambiente. Atuava como repórter e nossa primeira entrevista foi carregada de tensão. Era um contato extremamente profissional e confesso não ter, à época, nenhuma simpatia pelo Davi e receber, aparentemente, o mesmo em troca.

Ao longo dos anos, nosso contato foi ficando mais intenso por causa do trabalho no jornal e a mente brilhante de Davi foi me seduzindo pela racionalidade, lógica e maestria. A gente começou a gostar um do outro (grande parte porque tínhamos um elo: uma grande amiga em comum, que fazia o lobby positivo para ambos os lados).

Em 2007, quando fui chamada para trabalhar na Prefeitura de Jacareí, deram-me a 'missão' de assessorá-lo. Nem sempre era fácil acompanhar seus horários puxados, mas era invariavelmente bom o contato permanente com o 'Gordinho', como era chamado pelos colegas.

Engenheiro químico, ele parecia conhecer a cidade como poucos. Foi, como outros, 'braço direito' do prefeito Marco Aurélio durante sete anos de mandato. Era vaidoso com seus feitos e costumava me dizer: "não há um canto dessa cidade que não tenha um dedo meu". Podia parecer arrogância? Sim. Mas era uma verdade absoluta.

Orgulhava-se de ter estudado na Poli-USP. Era influente e admirado mesmo fora do partido ou coligação. Davi podia parecer autoritário. Pragmático, pra ser mais exata. Mas tinha um coração mole, molenga mesmo. Babava de amores pela mulher, Vera, o filho Gabriel e pelo time do coração, o São Paulo Futebol Clube. Preocupava-se com os outros e pouco tempo antes de morrer veio me perguntar se eu estava melhor da crise de bronquite. E emendou com tom partenal: "não pode nem ficar por aí e sair à noite!".

Às vezes inventava às 17h de sair para ver obra. E dizia: "você tem que sair da redação, ver o que estamos fazendo". Eu retrucava: "eu sei, Davi. Você também tem que ler o que escrevo!".

Confessou-me, lá pelo mês de novembro de 2007, que conseguiria 'esticar' a avenida central (inaugurada no último sábado pelo prefeito Marco Aurélio de Souza e batizada como engenheiro Davi Monteiro Lino). E eu: "como, Davi?". Ele, sorrindo e todo orgulhoso: "você vai ver, menina".

Aliás, era de 'menina' e 'menino' que chamava muita gente --e desse por satisfeito por esse tratamento: indicava um carinho que muita gente não conseguia notar naquela postura quase taurina que ostentava.

Também dava apelidos para as pessoas. Eu comecei a ser chamada de "Carminha", porque, segundo ele, eu não lhe dava sossego. Com o tempo apelidou-me de 'bicho-grilo', só por causa da minha coleção de All Star e colarzinhos coloridos. Tentei lhe explicar que All Star estava mais pra hype (os moderninhos de hoje) do que para hippie. "Ah, bicho-grilo é coisa da sua época", eu brincava.

Há quase um ano, cada amigo de Davi perdeu seu 'oráculo'. A cidade, um líder especial. E até o tempo pareceu sentir isso, com a chuva inesperada que atingiu a cidade no dia de sua morte.

No último contato pessoal, ele me disse: "ô, bicho-grilo. Por que não me liga mais? Estou com saudades!". E eu: "também já estou". Vai ser difícil deixar de senti-la.

Stela Guimarães, jornalista em Jacareí

domingo, dezembro 14, 2008

Caos



Meu processo criativo é caótico. Anotações que se perdem pra todo lado. Um brainstorm quase intermitente de idéias. Caos.

Aos poucos, minha pesquisa vai tomando seu rumo e a hipótese inicial amadurece, ganha contornos mesmo diante desse ambiente caótico (a 'biota', nesse caso, é minha própria mente).

A euforia atrapalha o ordenamento narrativo necessário para o ensaio que devo entregar na sexta-feira. Poderia ser o suficiente para me tirar do rumo, mas estranhamente sou tomada por uma sensação de tranquilidade: estou onde queria estar, fazendo aquilo que gosto de fazer, pesquisar.

É sábado à noite e eu estou aqui, gestando mais uma vez. Cada trabalho acadêmico é como um filho prester a nascer.

Carnaval é euforia e caos. Não poderia haver tema mais pertinente para uma mestranda como eu.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Porque só quero me lembrar de coisas boas



Já que as más eu nem consigo lembrar, vale uma lista de coisas que me fizeram feliz em 2008:

Começar o mestrado
Ser mãe do Henrique (sempre!)
As aulas do Mauro Wilton
Carnaval com queridos em São Luiz
Quartas-feiras de Milo com o Gui e a Pri
Passeios com o Pedro
O Waldenyr lançar novo livro
O Elton voltar de Cuiabá
O César ser meu companheiro de estrada
Bate-papos em São Luiz do Paraitinga --e a família Campos
Férias em Ilhabela
Conhecer gente querida na sala de aula: Mari, Pri, Dani Mã, Biba, Mayra, Cláudio, Rodrigo, Yuri e o Massimo. Ou fora dela: Gabi e Rafa.
Internet livre em Jacareí
Estudar cinema com a Esther Hamburguer
Ter nota A nos trabalhos do primeiro semestre
Escrever sobre o Nintendo Wii
Viagem a Curitiba
Inauguração do Parque Central na cidade
Virada Cultural em São Paulo
A Prik e o Cauê oficializarem o namoro após mais de um ano de affair
A Jose planejando casar
Vitória do Hamilton, prefeito
Amigas de infância e outras queridas tornando-se mães (Luciene, Andressa, Cynthia, Tânara, Juju, Sheila, Pri, Kelly)
Visita da Esther e da Lu em casa
Encontrar o Keiny em São Paulo
Participar do seminário "Mutações, a Condição Humana", com status de pós pela UFRJ
A Feira do Livro da USP
Halloween com a Tati, Estela, Célio e a Gi no Café
A Renatinha voltar ao nosso convívio
O novo livro do Slavoj Zizek
Ver a palestra do Slavoj Zizek no Sesc Vila Mariana e conseguir entender tudo sem tradução
Wall-E!
O livro sobre Carnaval do Felipe Ferreira
Trabalhar com a Penélope e o Thiago
Achar tanta coisa legal e barata no brechó
A loja Pink Bijú (rs)
O Gabriel da Lú sair do hospital
Ficar mais com a Dé e as meninas em São Paulo
Organizar o Dia da Água com a Andréia Francomano e Sandra
Soltar 19 mil peixes na represa do Jaguari
Falar com a Fer pelo Nextel
Receber André, Fer, Fer, Gui, Monique e Andréia para o meu aniversário
'Aprender' a dirigir na região de Pinheiros
O filme Control e Divina com o Gui
Almoços na represa
Festa surpresa no meu aniversário na casa do Eduardo (rever Felipe, Priscila e o resto da família Andrade)
Burgo beer com o Lino e a Cibele
Rever a Marpessa e conhecer a Gi no mesmo dia
Praia com a Mirian, Cassi, Felipe e Diogo
Festa de aniversário brega com amigos queridos
A exposição do César
Rever os 90´s no The Doors Cover
Domingos de sol em Jambeiro
O Henrique alfabetizado e leitor assíduo de quadrinhos e jornais
Quase comer a areia do Saara do Henrique Avari por engano
Pastel de angú em São Luiz
Baladinha com Pri e Fer
O Fá reencontrar o amor
Conhecer a (Mari)Stela
Noites de roquenrol no Hocus Pocus (SJC) e Divina Comédia (Mogi)
Passar mais tempo com amigos de infância (Diogo e Filipe)
Descobrir, a posteriori, que o Meteoro tinha piercing
Fotografar o Seamus
Ir a dois shows do Lenine
Viajar, sair e passear sozinha
Viajar, sair e passear com amigos e Henrique
Reencontrar o André Bergamo

Efeitos colaterais

O número de postagens nesse ano confirma: indiscutivelmente, escrevi menos do que os anos anteriores, mas li mais que todos os anos já passados. Não me faltam idéias publicar. Falta-me é motivação e coragem de recomeçar aqui. Talvez porque em 2008 minha vida tenha sido mais colorida naturalmente do que o turbulento 2007. E não é só a minha cidade que entrará no ano seguinte com a continuidade do governo cuja bandeira é vermelha. É com essa cor que meu ano vai findando.

=)

sexta-feira, agosto 15, 2008



"qualquer curva de qualquer destino que desfaça o curso de qualquer certeza"

Qualquer, Arnaldo Antunes

segunda-feira, agosto 04, 2008

Pérolas com Vanilla?

Tenho algumas manias sazonais. Parece coisa de gente velha, mas a diferença está na durabilidade do troço: mas vistas de longe, parecem manias daquelas que nascem com a gente e ficam até a morte. Uma delas é colocar noz moscada na comida (em doses homeopáticas, porque meu amigo Cauê revelou-me que a sementinha é alucinógena e não quero ninguém enxergando duendes por conta da minha comida).Essa eu adquiri há uns três anos: a mais perpétua dentre todas.

No momento vivo um romance com um hidratante vagabundinho, porém cheiroso, de uma marca bonitinha, mas ordinária: Vive (*). Virou uma espécie de obsessão usá-lo a todo momento. Ele fica do lado do monitor do meu micro e basta eu olhar pr´aquele frasquinho que já me pego usando o tal creminho.

Como você, eu também sou regida pela ditadura do consumo. E as empresas de coméstico acertam cada vez mais. O segredo do tal hidratante: o cheirinho do Pérolas com Vanilla é quase idêntico ao do Vanilla Amber da Victoria Secret. E a embalagem é pequena, charmosinha: com 60 ml, cabe na bolsa e até no bolso: três reais pra dez minutos de cheiro bom (é, ele não dura muita coisa).

Agora, convenhamos: Pérolas com Vanilla! Que droga é essa de nome? Mania de dar aquela americanada em tudo (e a gente cai nesse conto! What the hell). Que pérolas podem ter na composição de um hidratante vendido a três reais? E eu por acaso fiquei perolada por usá-lo? E por que não nomear o perfume do negócio de 'baunilha' em vez de 'Vanilla' (já repararam que a indústria coméstica não usa a palavra baunilha, mas sempre vanilla? Será que porque baunilha remeta diretamente à essência do meu bolinho de chuva? Mas pra mim vanilla é pior: me lembra aquela figura oitentista cantando'ice, ice baby').

Tá explicado porque minhas manias de consumidora são sazonais. Quando paro, presto atenção e racionalizo o processo, logo parto pra prateleira ao lado na perfumaria. Pra mais alguma coisa cheirosinha, compacta e barata: seduzida direitinho pelo mercado que venho à público criticar.


(*) Fabricada em Mogi das Cruzes, aqui do ladinho. Aliás, minha relação de amor com essa cidade vai longe: da faculdade a amiga Gigi, passando pelas bandas Mentecapto e Motocontínuo, boas de fato.

sábado, agosto 02, 2008

Despretensioso



Porque todo mundo fica piegas quando se apaixona.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Artificialmente coloridas

Caco Galhardo sabe das coisas.




Publicada hoje na Ilustrada.

terça-feira, julho 22, 2008

'Artesanando'




Nunca fui à França, mas dizem ser comum cultivar pequenos ‘relicários’ com lembranças da vida logo à entrada das casas.
Quando adolescente, eu fazia o mesmo com diários: era uma cultuação quase religiosa a minha própria história. Era uma febre, à época, colar de tudo nas agendas –de ingressos de cinema nos extintos cine Rio Branco e Rosário, papéis de bala, passaportes do PlayCenter. Houve um tempo em que fiquei apaixonada por um fumante –e até as bitucas de cigarro do ser amado platonicamente deixavam a agenda cor-de-rosa embuída de um odor fétido.

Na mesma época, eu costumava escrever cartas longas pra amigos distantes. Também naquele período o critério de distância era diverso de hoje –qualquer 20 quilômetros já significavam uma barreira intransponível entre eu e meus queridos amigos de terras ‘longíquas’.

Esse hábito fora adquirido desde cedo, quando eu escrevia para as colunas infantis entituladas ‘faça amigos’ ou coisa parecida dos jornais como Estadão e Folha. Para ilustrar as cartinhas, eu recortava revistas e gibis.

A gente costuma pensar, quando criança, que mudaremos em essência quando adultos. Quando adultos, percebemos que o que fomos será sempre o que é, assim, no presente simples. E vamos conjugando a vida sem saudosismo, mas no pretérito perfeito –cujo significado traduz uma ação que começou no passado e ainda não foi concluída. Passara, mas continuara. Assim sou eu.

Mário Quintana traduz essa idéia em uma frase que adoro: “as coisas que não conseguem ser olvidadas continuam acontecendo. Sentimo-las fora de tempo...”. E por aí vai.

Percebo claramente hoje essa infância na minha maneira de vivenciar o mundo e de colecionar recortes: fazendo cut-up (mesmo sem conhecimento prévio de William Burroghs) do dia-a-dia.
Esses recortes viram artesanato que costumo dar para amigos e outros queridos. São relicários onde emprego mais que papel, madeira e outras bobagens –são pedacinhos da minha vida, do tempo que dediquei na ação de amor à pessoa.

Assim como os franceses, eu também cultuo relicários. No meu caso, eles só têm motivo de ser quando faço o que mais gosto: compartilhá-los, como devem ser as alegrias dessa vida.

Stela Guimarães
22 de julho de 2008

domingo, julho 06, 2008

Auto-biografia



Tão certo como os contos de fada iniciam com "era uma vez", as histórias de amor são invariavelmente pautadas pelo tempo. Tal fato comprova-se pelo excesso de sentenças como "naquele tempo" ou "passados muitos anos". A explicação para tal motivo, furtada de Drummond de Andrade: "Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundos, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata".

É certo que amamos muitas vezes apenas a lembrança: não se trata de desejar o interlocutor desse processo. Amamos os fragmentos de memória que estão dentro da gente, congelado no espaço. E no tempo.

O tempo pode ser o vilão --apaziga o desejo carnal, embala a cotidianidade, leva a graça do corpo físico. O tempo pode ser um desafio: passa pela superação dos obstáculos do dia-a-dia. Mas há histórias nas quais o tempo e a distância atuam como terceiro protagonista: são personagens necessários para a construção de um outro conceito comum nas histórias de amor: o reencontro.

Esse capítulo começa como um hipertexto: fragmentado como corações partidos, outro chavão dos romances. Do final para o começo.

Para ela, era a última memória dele que não seria esquecida. Ela havia estabelecido esse procedimento como uma forma de auto-proteção. Preferia pensar sempre nas últimas conversas. E não sabia por quais razões, elas sempre lhe remetiam a um final. Um certo momento, iriam inevitavelmente se separar novamente (embora não estivesse juntos fisicamente). Ele partiria. E ela nunca mais seria igual. "Nunca fora mesmo", pensou, enquanto balançava os ombros.

Fora essa sensação determinante para que ela desejasse aproveitar de sua presença com uma força quase atômica. Ele a fazia pensar em fórmulas químicas já esquecidas desde os tempos do colégio. Ela o inspirava lentamente --seja qual fosse a distância entre seus corpos. Era um esforço pela troca de algo físico: partículas suspensas no ar, moléculas que ela imaginava coloridas e perfumadas, cumpririam sua maratona pelo corpo dele, dos pulmões para o sangue, para os pulmões e para o ar --e assim ela inventava sistemas corpóreos inexistentes apenas para imaginar esse toque intangível.

Eles haviam se conhecido muito cedo --crianças ainda. Se amaram com a inocência das paixões infantis e partiram, como não poderia deixar de ser. Trilharam caminhos diversos e de um modo estranho, convergentes. E no reencontro depois de mais de 15 anos descobriram similaridades fortalecidas pela sensação da lembrança.

De súbito, ela lembrara de Rayuela, de Júlio Cortázar. Queria ser como o cíclope metaforizado pelo escritor. Em seguida, decidiu-se concentrar apenas na troca de moléculas suspensas no ar, que já deixavam os vidros do veículo ofuscados naquela noite fria. Nesse momento, confirmou-se nela uma vontade absurda de beijá-lo, mas engoliu o desejo no lugar da saliva: não tinha o direito de irromper em um ato impulsivo, muito embora ela não tivesse dúvidas sobre sua vontade e sentimentos. Tocou então com suas mãos os lábios e poderia fechar os olhos porque conhecia aqueles contornos. Fazia isso por si mesma e por ele também. Pois era exatamente em seus braços onde ela queria estar. Naquele tempo, ela estava feliz. Outra vez.

Pouco importava quem tinham sido, pensava ela, mas no que se tornaram. Até então, seu amor residia apenas naqueles fragmentos de memória --dentro dela, fora dele. Menos importante ainda era a forma física de cada um: com os olhos da alma, poderia revê-lo novo como uma criança, velho como Floriano Ariza, de Garcia Marquez. E qualquer imagem seria de uma singular beleza, daquelas que a gente encontra somente nas irradiações do crepúsculo do outono.

Ela sabia que ele iria. Mas não poderia deixar de tentar. Não depois do abraço que ganhara: um prêmio para um coração tão acizentado e descrente. Fora como para um desabrigado receber uma bebida quente e cobertor em noite fria de inverno: abrigo. Sim, abrigada em sua morada, foi como ela se sentiu ali. Colorida naturalmente.

segunda-feira, abril 07, 2008

Quatro minutos de tapa no ouvido




Ok Ok.
Vai parecer coisa de quem parou nos anos 90.
De gente de postura ortodoxa, quase como um membro de seita.
Vai parecer careta e arcaico.
Mas não vou mentir.
Por mais que goste do universo pop. E admita isso sem nenhum fricote, há certas coisas meio impossíveis de serem digeridas pelo minha microesfera pessoal e auditiva. Ver e ouvir Madonna plus Timbaland plus Justin serviu-me só para fins de estética e moda. A música é chata demais. E se alguém quiser tentar, aproveite enquanto a Warner não tira o clipe 4 minutes do 'ar' e entra aqui: http://www.youtube.com/watch?v=jv6_fs4KFsI



Madonna, aquela sobre sempre comentei ter influenciado positivamente minha adolescência e dar-me a noção do que é sex appeal, continua linda e glamourosa (assim como Justin é um deleite para o universo feminino). De resto, não me inspira os ouvidos. Saudades de Frozen, Jump, entre tantas outras.

Azeda ou não, tenho dito. Blá. blá. blá.

Sou mais essa Madonna aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=vGZ76iJdToU
http://www.youtube.com/watch?v=KI2EPq3MV5Q&NR=1

terça-feira, março 25, 2008

Pecados íntimos




A surpresa é sempre inversa à expectativa e a equação é aritmética: quanto maior a ansiedade, menor o impacto positivo das ações.
Quando 'Pecados Íntimos' (originalmente Little Children, em inglês), do diretor Todd Field, estreiou nos cinemas, o cartaz com a semi nudez de Kate Winslet levou-me a uma certa atração pelo filme. Não que eu tivesse qualquer expectativa de vê-la em situações pouco ortodoxas, mas admiradora da atriz, pensei: pra fazê-la tirar a roupas depois de Titanic, só mesmo um bom roteiro (e espero que ela não me decepcione nas próximas empreitadas).

Acabei não vendo 'Pecados Íntimos' no cinema por um motivo qualquer que não me lembro agora. Diante da prateleira lotada da locadora às vésperas do último feriado, não tive dúvida e levei o DVD pra casa.

Não esperava nada além de um filme mediano até a entrada do narrador. Sou fã do estilo narrativo e nada melhor que uma terceira pessoa para nos dar luz aos sentimentos alheios (penso como seria legal narrar a vida de alguém, mas aí seria outro filme, Mais estranho que a ficção). Talvez meu gosto resida no meu gosto pela literatura e pelo realismo fantástico de Garcia Marquez.

'Pecados Íntimos' acabou como uma grata surpresa. Seja pelo texto denso e revelador ou simplesmente pela possibilidade de nos arremessar diante do que temos não de belo, mas de feio, repugnante e, ao mesmo tempo, de mais humano.

O leitmotiv do filme costura em um único drama a vida dos personagens: o playground é o pano de fundo para as ‘pequenas crianças’ do filme. A castração --tema tratado em princípio como se estivesse solto-- ganha contornos metafóricos importantes, que culminam com um fim inesperado e preciso.

O filme mostra uma sociedade um tanto amarga, porém factível, desses adultos embevecidos pela síndrome de Peter Pan: os que crescem mas continuam procurando sonhos e têm dificuldade para encarar a rotina cinzenta a que a vida adulta muitas vezes impõe. Não há personagem perfeito no filme: a mãe infiel e até negligente, o marido ausente, os dramas sexuais, a criança rebelde, o policial arrependido.

A carência que leva à infidelidade daqueles que somente buscam apenas um pouco de emoção em suas vidas mornas: a busca do prazer encarado com a satisfação do recém-nascido levado ao seio da mãe. Todos são pecadores e sofrem a penitência de suas escolhas ou prostações. E o pedófilo exibicionista não é pior do que a sociedade que lhe expurga: ele é parte indissociável da comunidade onde vive e, em vários momentos, vítima dela tanto quanto as suas.

E as poucas cenas de sexo que justificam a nudez de Winslet no cartaz são fortes não pela óbviedade. Elas são de uma tristeza quase funesta --resultado de dois 'amantes' que não se amam, mas encontram um no outro o consolo para vidas monocromáticas.

Apesar de sua linearidade, 'Pecados íntimos' poderia ter sido dirigido por Iñarritu (De Babel, Amores Brutos e 21 gramas). Porque incomoda e faz com que algo mude em você. E ainda que traga à tona questionamentos sobre desejos ocultos ou facetas menos nobres da personalidade humana, ele merece ser visto e revisto e 'resenhado'. Para nos colocar de frente ao espelho que muitas vezes preferimos cobrir com pano branco.

Little Children, EUA, 2006. Direção de Todd Field. Roteiro de Todd Field e Tom Perrota. Com Kate Winslet, Patrick Wilson, Jackie Earle Haley, Jennifer Connelly, Noah Emmerich, Gregg Edelman, Phyllis Somerville, Helen Carey, Mary B. McCan e elenco. Duração 130 minutos. Site oficial: http://www.littlechildrenmovie.com/

domingo, março 09, 2008

Não, obrigada.




Você compra duas barras de chocolate nas Lojas Americanas. No caixa, a atendente pergunta e insiste se você não quer levar mais uma pra 'inteirar' dez reais. 'Não, obrigada', respondo. 'Não quer mesmo aproveitar a promoção?', ela insiste. 'Não', repito.

Considerando minha compulsão por chocolate, duas barras é mais do que suficiente. Eu as dividiria com o Henrique, meu filho, de quem às vezes chego a 'roubar' na divisão das barras. Cento e quarenta calorias por dois tabletinhos. E eu como uns 10, no mínimo. Mais calorias que um 'número um' do Mc Donald´s.

Mas as contas da ingestão calórica eu só fiz depois, em casa, quando refletia sobre a estratégia 'estica-empurra' dos atendentes treinados pelo mercado abastecido por consumidores compulsivos como eu (de chocolate, no meu caso).

Antes de ir às Americanas, tinha ido com minha mãe ao Habib´s especialmente pra comer os mini kibes --a melhor invenção da rede, na minha opinião. Simplesmente adoro os tais mini kibes recheados de coalhada e homus.

Estava com vontade dos tais kibinhos há duas semanas e resolvi matar minha vontade ingerindo fritura no lugar de um almoço nutritivo. Pedi cinco kibinhos --um recorde, considerando que meu estômago não deve ser muito maior que um balão de aniversário deixado uns três dias sob o sol. Resumindo: cinco kibinhos me deixam satisfeita o suficiente pra me livrar da vontade de mais uma barra de chocolate.

Como os kibinhos, tomo um suco de limão e peço a conta.

Ensaiadinho, o garçon pergunta: 'não quer mais nada?' E eu: 'não, obrigada'. Mas ele, treinado como um vendedor de filtros Europa, insiste: 'temos uma torta muito boa, a Torta Crocante.
Graças a Deus ele não sabia que essa é minha sobremesa favorita da rede. Penso que ciente dessa informação, certamente ele passaria uns vinte minutos falando da tal torta ou a enfiaria na minha 'guela abaixo'.

Respondo: 'conheço a torta, mas não quero, obrigada' (Jesus, eu havia comido cinco kibinhos!). E ele: 'quer ver nosso cardápio de sobremesas?'. E emendou disparado: 'temos pudim, sorvete....'. Meio azeda, mas sem 'perder la ternura, jamás' respondi-lhe: 'Vocês recebem algum bônus por vender sobremesa? Porque eu realmente não quero NADA'.

Vim pra casa pensando nesse treinamento quase militar a qual esses funcionários são submetidos. "Enfiem-lhe mais comida, venda mais, abusem dos ímpetos consumistas em prol do meu lucro, engordem as novas e velhas gerações".

E em vez de doce, termino meu fim-de-semana com esse texto meio amargo, mas feliz por ter insistido também. No meu 'não, obrigada'.

terça-feira, março 04, 2008

Concha acústica



Vai soar completamente ridículo, mas publicamente confessarei: a primeira trilha sonora que comprei foi a de Titanic. Quando vi o filme foi a primeira vez no cinema que talvez tenha me sentido absorta mais pelo som que pela imagem.

Celine Dion e o 'near, far, whetever you are' à parte, fiquei mesmo fissurada pela trilha do filme --que vi por três dias seguidos no cinema, cada dia sob um novo pretexto: levar o então namorado, a mãe, a irmã. Mas não conseguia imaginar qualquer cena dissociada da densidade que a música dava às cenas. O som do navio afundando, da festa dos irlandeses e mesmo o ruído do Titanic partindo-se ao meio foi como abrir as portas da percepção de Huxley para um universo até então desconhecido pra mim: o universo das trilhas sonoras.

Saí do recém-inaugurado Cinemark e corri pra loja de CDs pra levar a trilha do 'Titanic' pra casa. E numa brilhante jogada dos distribuidores, ela já estava lá, na prateleira, como se estivesse só a minha espera.

Muita gente deve ter adquirido gosto por trilhas sonoras de forma mais erudita --com filmes mudos, por exemplo. Eu não: no meu universo totalmente pop, admito ter sido graças "à magia" da dupla Kate Winslet e Leonardo de Caprio que me tornei compulsiva por 'soundtracks' e fico de olhos --e ouvidos abertos-- às premiações de melhores som e música nos Oscars da vida.

Meu jeito de ver cinema mudou depois de Titanic. Ainda que nunca mais tenha visto o filme (depois da overdose no cinema)resta-me um pouquinho de gratidão à película. Mesmo que para isso eu tenha herdado pra sempre na prateleira de CDs a xarope "My heart will go on".

****************



Pra quem quer ouvir trilha sonora de verdade, recomendo:

Danny Elfmann (trilhas dos filmes do Tim Burton: de Eduard Mãos de Tesoura aos outros tantos como o belíssimo A Noiva Cadáver)

John Williams (criador de mega clássicos como Star Wars, Indiana Jones até o tema de Harry Potter)

Enio Morricone (dos westerns de John Wayne, do O Poderoso Chefão --que tem majoritariamente Nino Rota--, Cinema Paradiso, A Vida é Bela, entre vários)

Yann Tiersen (sweet soundracks: Adeus Lênin, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain)

Bernard Herrmann (Taxidrive)



E várias dos filmes:

Dançando no Escuro
Quase Famosos
Adeus Lênin
Os Excêntricos Tenembauns
Elizabethtown
Pulp Fiction
Assassinos por Natureza
Laranja Mecânica
I Am Sam (esqueço o título em português)
A Hard Day´s Night (dos Beatles. Logo, dispensa-se explicações)
Encontros e Desencontros
Depois daquele beijo (Blow-up)
Ratatouille
Juno

e por aí vai...

Only a picture



Bright are the stars that shine
Dark is the sky
I know this love of mine
Will never die
And I love her


I Love her - Beatles

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Can´t take my eyes



E um dia você vai se pegar ouvindo "Can´t take my eyes of you" com o Barry White e achar lindo. Tanto faz se é música de baile, de fim ou começo de carreira. Alguma coisa mudou em você que fez a composição fazer todo sentido mesmo que sua predileção musical não se aproxime do repertório de bailes de terceira idade.

Pluft: automaticamente algo ligaria dentro de você. De súbito, começaria a se lembrar de alguém para quem a música deveria ter sido escrita, como se a composição pudesse ter saído da sua letra, da pressão dos seus dedos sobre do teclado ou da máquina de escrever (claro, se essa conclusão tivesse ocorrido até os anos 80) diretamente para as rádios de décadas atrás.

E um dia, não importa quando, você vai achar que sua vida teria mais sentido se você tivesse alguém pra cantar essa música.

E você pensará: uau, talvez conheça alguém assim! Alguém certamente mais brilhante que a musa inspiradora de Frankie Valli, o compositor da tal música.

E neste momento você deduzirá que sua vida não faria sentido se você não se sentisse exatamente como descreve a letra. Pouco importa se é 'kitsch', brega ou algum adjetivo mais pejorativo que os atribuídos às composições de Wando, o rei da calcinha no palco.

E essa conclusão o faria voltar a ouvir alguma das mais variadas gravações de "Can´t my eyes..." (embora saiba que não se trata de nada além de auto-flagelação).

E nesse dia você saberá que sentimento como esse quando surge é assim mesmo: uma coleção de clichês, de frases feitas e, em muitos casos, de corações solitários ou sofredores.

E por conta disso, você suspirará de forma intermitente pensando que seria tão legal se pudesse cantar "Can´t take my eyes..." como Andy Williams.

E nesse segundo, que pode durar uma eternidade, a única certeza que lhe restaria é:

"I love you, baby,
And if it's quite alright,
I need you, baby,
To warm a lonely night.
I love you, baby.
Trust in me when I say:
Oh, pretty baby,
Don't bring me down, I pray.
Oh, pretty baby, now that I found you, stay
And let me love you, baby.
Let me love you."

domingo, fevereiro 17, 2008

Onde se encontra a (des)igualdade




Não são nos abraços dos amigos e nem nas multidões das festas que eu me sinto igual ao outro. Meu contato com a realidade --que insistimos em fugir-- é nos ponto de ônibus. Naqueles minutos que passo em meio à massa da qual faço parte, com quem divido os lugares em ônibus tantas vezes cheios e onde minha expressão facial não me diferencia de ninguém: como a de outros, é a de cansaço após a jornada de tantas horas de trabalho.

A freqüência neste espaço tem reduzido na minha vida graças a comodidade ou preguiça, talvez, que a invenção de Henri Ford nos deu (e à atmosfera contribuo com o monóxido de carbono enquanto critico Bush pela ausência no Protocolo de Kyoto).

Mendigos, subempregados e pouquíssimos bem remunerados dão cor à plataformas das coberturas vermelhas dos pontos desta cidade. Atenta, vou colecionando histórias que ouço como se fossem um pouco minhas. A última delas veio de uma diarista na semana passada.

Enquanto escondíamo-nos da chuva que insiste em cair após às 17h, ela contava para uma 'amiga' cozinheira como mantém a boa forma (de fato, capaz de causar inveja às peruas das academias e dos botox):

-- Eu ando muito, mais de uma hora direto, dona Jacira. Vou até o serviço à pé porque com saúde a gente não brinca. Ainda mais agora que o Valtencir foi embora com aquela outra. Quero ficar bem bonita pra quando ele voltar. Porque ele volta, isso eu sei.

Fiquei imaginando a rotina dessa mulher que certamente abastece sua caminhada com a lembrança do bem-amado. E filosofo comigo mesma: "o amor é igual entre todos. Entra na nossa cabeça feito piolho insistente em cabelo de criança", penso eu. "Não importa quem povoe a sua: andamos todos por aí com um monte de gente pendurada em nós".

O pensamento poético só é interrompido pela presença de um andarilho que circulava em volta do pseudocoreto, sorridente em seu universo paralelo.
Logo percebo que não se trata do andarilho clássico: faltava-lhe a garrafa de pinga e algo mais, que costumamos atribuir no senso comum da indiferença a essas pessoas. Provavelmente ele sofra de alguma deficiência neurológica, concluo enquanto questiono-me: "Por que não foi amparado? Se foi, porque deixou de ser? O que gente como eu pode fazer por essas pessoas, além de lhes dar um saco com uvas insuficientes para matar a fome de um dia (como eu fiz)?".

Sobra-me uma ressaca moral e uma sensação de insuficiência --menos pela demora no coletivo e mais pelo soco de realidade no estômago mal (ou bem) acostumado. Pois neste lugar aqueles que se sentem diferentes realmente encontram seus iguais.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

O Ministério da Saúde Adverte...




Talvez o André devesse trazer acoplado um rótulo com a mensagem no estilo: “o Ministério da Saúde Adverte...”

Tanta doçura encerrada em uma única pessoa poderia causar uma espécie de diabetes do bem ou um incremento calórico mais viciante que chocolate para mulheres com TPM.

Não raro, sua presença pode causar rompantes de taquicardia, proporcionalmente inversa à distância. Sua ausência tem efeito semelhante –cria uma ansiedade imensurável do próximo encontro –apaziguada pela certeza de que eles são sempre felizes e coloridos sem artificialidade.

Ele também pode provocar irregularidades nos sistemas neurológico e gastrointestinal, quando não consegue, às vésperas, decidir qual o meio de transporte da sua viagem.

Mas todos as reações adversas são compensadas. Porque do seu lado você sente uma sensação de plenitude abastecida principalmente por uma alegria boba que remete aos primeiros anos de infância.

O efeito à corrente sanguínea é incontestável –é como se desobstruíssem suas artérias e seu coração fosse irrigado não apenas por sangue, mas por uma mistura do líquido com felicidade diluída. Naturalmente, a visão parece ganhar novos tons e passar de um estágio monocromático para belas mistruras de ciano, yellow e magenta. E perto dele não há momento de escuridão, porque André não é estrela -é pura luz.

Se sentir frio, não é lugar melhor para se estar que perto dele. Seu abraço é como cobertor quentinho para desabrigados no inverno e sua risada tão espontânea provoca um efeito cascata: e se pudéssemos envasá-la, penso que seria um ótimo remédio para maníacos-depressivos.

Por essas e outras, certamente o Ministério da Saúde adverteria que, na balança, vale mais a pena sofrer possíveis efeitos colaterais a esquecê-lo.

sábado, fevereiro 09, 2008

Será tudo culpa do rock n´roll?




Minha irmã argumenta que eu não me visto de acordo com a 'minha idade'. Influenciada por programas como 'Esquadrão da Moda', ela sonha em me ver vestida com discrição, em cima de saltos altos sem cores berrantes e, quem sabe, com os cabelos devidamente bem cortados.

Meu (ex)chefe endossa o coro em prol da 'moral e bom costume': parou-me outro dia no corredor para me dizer que minha calça cor-de-rosa choque definitivamente não combinava com meu All Star vermelho. Tudo bem, porque ele costuma dizer coisas sem sentido e a usar majoritariamente calça jeans e camisa de tricoline branca, delineada com perfeição pela barriguinha que Deus e a cerveja lhe garantiram.

Nunca fui trabalhar de roupas curtas e no máximo com um decote que pelos meus dotes físicos não chamam a atenção de ninguém (mesmo com o bojo).
Eu tenho roupas muito coloridas e só troco meus All Star´s pela coleção de sapatilhas. Os saltos altos são bem vindos, especialmente se forem de plástico.
Nasci em 77 e sequer completei 31 anos, por isso acho que estou no direito de me colorir à vontade. Os cabelos excessivamente vermelhos eu já deixei no passado e não sinto saudades dele nem quando olho pra MariMoon. Não pretendo fazer mais nenhuma tatuagem. Tudo dentro da normalidade, certo? Só não abandono o rock n´roll, independentemente da idade que venha a ter. Pra mim, é ele que abastece meus dias quentes e frios, faz-me saculejar como uma adolescente, estabelece afinidades, compõe e me recompõe. Sua atitude embala-me mesmo em meio às marchinhas de carnaval. Music is my hot sex, my certain romance.

E se há uma fonte da juventude real, o nome dela é rock n´roll. O resto é nota musical.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Tudo é Possível



"E que amanhã tudo talvez
Nos apareça claro como foi no início
A mesma ilusão de amor nos faz saltar feliz
De um novo precipício

E então vamos sentir de novo
O gosto da eternidade
E confundir instantes de alegria com a real felicidade"

trecho da letra de Tudo é possível, do compositor Moska.

Assim será um dia?

domingo, janeiro 06, 2008

Por um 2008 melhor, ouçam Broken Social Scene.

http://br.youtube.com/watch?v=KwBg_wrbJhE&feature=related

math



Equação: é preciso haver o tempo exato de dois segundos para a distância de três centímetros entre as duas bocas. E na multiplicação dos fatores, um milhão de suspiros seguidos por um par de sorrisos bobos nos sete dias subseqüentes.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Bem vindo 2008!



2007 foi o ano da mudança. Quando quase tudo aconteceu: a aprovação tida como impossível, um milhão de gente nova cruzando meu caminho, novos trabalhos, laços de amizade reforçados, rompimentos dolorosos mas necessários, mais de uma centena de sons novos garimpados nos programas peer to peer(music is my hot sex!), platonices, encontros cheios de luz, despedida para um amigo que se foi cedo demais. Momentos de dor extrema e singeleza profunda marcaram o ano em que me descobri balzacquiana.

Depois de pular sete vezes à beira da piscina, na tentativa fake de ganhar sorte, eu entro em 2008 com muita expectativa. E feliz.

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Ode to my friends (e afins):

Ah, quanta gente (bacana) chegou em 2007:

André, Renatinha, Paôla, Priscila, Sérgio, Raíssa, Adri, Célio, Gabi, Henrique, Neto, Livinha, Renato Isique, Bica, JuBaru (e meninas), Emma, Isabella, Rebecca, Otávio (Nathália, Marpessa e Pepê, no time dos que voltaram pra minha vida, ainda que pelo Orkut), G.!, Fernando, Samira, Jean, Nikola (e todos os adjacentes).