terça-feira, março 04, 2008

Concha acústica



Vai soar completamente ridículo, mas publicamente confessarei: a primeira trilha sonora que comprei foi a de Titanic. Quando vi o filme foi a primeira vez no cinema que talvez tenha me sentido absorta mais pelo som que pela imagem.

Celine Dion e o 'near, far, whetever you are' à parte, fiquei mesmo fissurada pela trilha do filme --que vi por três dias seguidos no cinema, cada dia sob um novo pretexto: levar o então namorado, a mãe, a irmã. Mas não conseguia imaginar qualquer cena dissociada da densidade que a música dava às cenas. O som do navio afundando, da festa dos irlandeses e mesmo o ruído do Titanic partindo-se ao meio foi como abrir as portas da percepção de Huxley para um universo até então desconhecido pra mim: o universo das trilhas sonoras.

Saí do recém-inaugurado Cinemark e corri pra loja de CDs pra levar a trilha do 'Titanic' pra casa. E numa brilhante jogada dos distribuidores, ela já estava lá, na prateleira, como se estivesse só a minha espera.

Muita gente deve ter adquirido gosto por trilhas sonoras de forma mais erudita --com filmes mudos, por exemplo. Eu não: no meu universo totalmente pop, admito ter sido graças "à magia" da dupla Kate Winslet e Leonardo de Caprio que me tornei compulsiva por 'soundtracks' e fico de olhos --e ouvidos abertos-- às premiações de melhores som e música nos Oscars da vida.

Meu jeito de ver cinema mudou depois de Titanic. Ainda que nunca mais tenha visto o filme (depois da overdose no cinema)resta-me um pouquinho de gratidão à película. Mesmo que para isso eu tenha herdado pra sempre na prateleira de CDs a xarope "My heart will go on".

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Pra quem quer ouvir trilha sonora de verdade, recomendo:

Danny Elfmann (trilhas dos filmes do Tim Burton: de Eduard Mãos de Tesoura aos outros tantos como o belíssimo A Noiva Cadáver)

John Williams (criador de mega clássicos como Star Wars, Indiana Jones até o tema de Harry Potter)

Enio Morricone (dos westerns de John Wayne, do O Poderoso Chefão --que tem majoritariamente Nino Rota--, Cinema Paradiso, A Vida é Bela, entre vários)

Yann Tiersen (sweet soundracks: Adeus Lênin, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain)

Bernard Herrmann (Taxidrive)



E várias dos filmes:

Dançando no Escuro
Quase Famosos
Adeus Lênin
Os Excêntricos Tenembauns
Elizabethtown
Pulp Fiction
Assassinos por Natureza
Laranja Mecânica
I Am Sam (esqueço o título em português)
A Hard Day´s Night (dos Beatles. Logo, dispensa-se explicações)
Encontros e Desencontros
Depois daquele beijo (Blow-up)
Ratatouille
Juno

e por aí vai...

Um comentário:

Stela disse...

já vi que vou me esquecer de uma dúzia nesta lista:
Alta Fidelidade (se bem que o playlist do livro é mais legal que o do filme)