segunda-feira, março 10, 2014

Não há nada para celebrar




 Foto de Lalan Bessoni
 
A poucos dias do Dia Internacional da Mulher, o assassinato no domingo (2) da estudante da Unila, Martina Piazza Conde, de 26 anos, trouxe para o universo do tangível o abuso de milhares de mulheres que sofrem caladas e de forma sistemática uma violência motivada pelo simples fato de serem do sexo feminino.


Na morte da universitária, estão impressas de forma implícita a opressão cotidiana, os casos de abuso sexual e outras formas de agressão impostas por uma sociedade patriarcal. Embora não saibamos o motivo – embora eu não acredite em justificativas para o injustificável – cada atitude machista ajuda a tecer a rede da conivência com os maus tratos às mulheres.


Sim, nós somos dotadas de uma estrutura física mais frágil, mas não é somente por isso que terminamos como vítimas fatais em situações como essa. No balaio das “razões sem razão”, entra também a concepção da mulher servil, ou seja, de toda relação de poder construída historicamente do homem sobre a mulher. 


Esses elementos contribuem para engrossar dados alarmantes. Entre 2009 e 2011, o Paraná teve 1.035 femicídios, segundo números da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na ponta do lápis, dá quase uma morte por dia. 



Martina: mulher bonita é a que luta!

Nos números deste ano, estará a morte de Martina para nos lembrar que essa lista é composta de pessoas com rostos, endereços, histórias de vida, amigos queridos. No caso da estudante, associe essa imagem a uma pessoa repleta de vitalidade, de vontade de luta por um mundo melhor e sorrisos. 


Se os números ajudam a refletir sobre esse problema, é na imagem dela que podemos vislumbrar tantas outras vítimas. E não são poucas. 


De acordo com o Portal Iguaçu, foram registrados no ano passado 2.453 boletins de ocorrência envolvendo situações de violência contra a mulher no Estado. No ano anterior, foram 11.240 registros. As informações foram passadas ao site pela Coordenadoria das Delegacias da Mulher do Paraná (Codem).


Sete de cada dez mulheres sofrem algum tipo de violência durante a vida, no mundo. E isso apenas por serem mulheres. Em todo o planeta, uma a cada cinco mulheres será estuprada – e eu sou uma das pessoas incluídas nessa estatística. Há mais risco de uma mulher com idade entre 15 a 44 anos sofrer estupro e violência doméstica a ser acometida por um câncer ou vítima de um acidente de carro, conforme divulgou o Banco Mundial. 


Em junho do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório no qual aponta como problema de saúde global com proporções epidêmicas a violência contra a mulher. Infelizmente, a epidemia está próxima de nós. Resta torcer para não haver outros episódios como o da querida Martina. 
___________


Disk Denúncia da Delegacia de Homicídios Foz – 0800 643 2977

28 comentários:

Anônimo disse...

"... violência motivada pelo simples fato de serem do sexo feminino"? Com qual autoridade você atribui a morte da estudante ao simples fato de ela ser mulher? Você tem alguma informação de bastidores que o público ou o resto da imprensa não possui? Eu venho acompanhando os noticiários e, em momento algum, tal ideia foi veiculada. Poderia ter sido com qualquer um . O cara poderia ter se passado por homossexual e levado outro para o seu ap e cometido o crime.

Mariana Serafini disse...

E a ignorância segue.
Impossível ler um comentário desse e não sentir náusea.

Da série #OrgulhoDeSerHétero

Henrique Santana C. disse...

"O cara poderia ter se passado por homossexual e levado outro para o seu ap e cometido o crime."

O gigante acordou.

Anônimo disse...

Desculpe se ofendi alguém. Não faço parte de orgulho hétero nenhum e, modéstia a parte, não me acho ignorante. Só acho arriscado, no caso da estudante, dizer que ela foi assassinada pelo simples fato de ser mulher. Exatamente por isso, eu usei o exemplo esdrúxulo do homossexual. É fato que os estupros e maus tratos contra mulheres, na maioria das vezes, partem de pessoas próximas a elas, como marido, namorado, pai, padrasto, etc., o que não é o caso de Martina. Apenas acho perigoso associar esse assassinato com a violência que realmente tem como alvo a mulher pelo simples fato de ser mulher.

Stela Guimarães disse...

Oi anônimo, não sei, de fato, os bastidores da investigação policial. Mas acho muito improvável, até pelas estatísticas e pela natureza do femicídio. VEja" Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. São crimes que ocorrem geralmente na intimidade dos relacionamentos e com frequencia caracterizam-se por formas extremas de violência e barbárie. São crimes cujo impacto é silenciado, praticados sem distinção de lugar, de cultura, de raça ou de classe, além de serem a expressão perversa de um tipo de dominação masculina ainda fortemente cravada na cultura brasileira. Cometidos por homens contra as mulheres, suas motivações são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda da propriedade sobre elas", nas palavras da Secretária-Executiva Secretaria de Políticas para as Mulheres Presidência da República, Lourdes Bandeira.


E embora não tenha havido violência sexual, segundo a polícia, o femicídio pode ser enquadrado pelos motivos a seguir, novamente citados por Lourdes Bandeira:

"a prática do crime de feminicídio evidenciam-se como pressupostos importantes a premeditação e a intencionalidade de sua consumação.

Assim, podemos destacar algumas características próprias desse tipo de crime:

é praticado com vistas à destruição do corpo feminino, utilizando-se de excessiva crueldade e chegando a causar a desfiguração do mesmo;
é perpetrado com meios sexuais, ainda que sem manifestar o intento sexual";


Isso é um argumento meio comum: os homens também se matam, então porque dizemos que as mulheres são assassinadas por serem mulheres? É um questionamento meio comum para contrapor o que disse aqui. E é claro que nesse balaio surgem motivos diversos, até doenças psiquiátricas, entre outros. Mas o que quero dizer é que acredito que os motivos do feminicídio são muito mais profundos e, sim, estão relacionados à maioria dos casos.

Obrigada pelo seu comentário como os do demais aqui. O ideal é levantarmos o debate e não esquecermos desse episódio, por justiça e todas as mulheres.
Não pretendo esgotar o assunto tampouco ser dona da verdade.

E não me senti ofendida, apenas expressei minha opinião como você a sua. =)

Obrigada pela leitura, gente.

Stela Guimarães disse...

Desculpe, no comentário anterior uma parte do texto foi suprimida.

"Oi anônimo, não sei, de fato, os bastidores da investigação policial. Mas acho muito improvável que o fato tivesse ocorrido caso Martina fosse homem até descrição do ocorrido e pelas estatísticas e pela natureza do femicídio."

Fabiana Nogueira Chaves disse...

A sociedade é machista, e a violência começa daí. Já ouviu falar em feminicídio, anônimo? Mulheres morrem pelo simples falto de serem mulheres. Explicando melhor... Mais fácil e comum matar mulheres... Casos como o de Martina acontecem todos os dias... Se você prestar bastante atenção nos dados levantados neste texto e nos comentários vai perceber que coincidências não existem... O machismo faz com que pensemos como você!

Anônimo disse...

Obrigada pela resposta, Stela Guimarães. Respeito sua opinião, mas, continuo achando perigoso afirmar categoricamente que o caso de Martina enquadra-se na situação "morte pelo simples fato de ser mulher".
Fabiana, sim, já ouvi falar de feminicídio. Sei que mulheres morrem pelo simples fato de serem mulheres. Em nenhum dos meus comentários, eu neguei essa realidade. E, ao contrário do que você, levianamente, insinuou sobre mim em seu comentário, eu não sou machista. Longe disso. E reafirmo: acho temerário sair alardeando por aí que o cara matou a estudante simplesmente por ela ser do sexo feminino.
Para o bicho da goiaba, o mundo todo é uma goiaba. Não deixem o feminismo, sexismo, machismo, etc. exacerbado cegar suas mentes.

Fabiana Nogueira Chaves disse...

Sua comparação de machismo e feminismo, colocando-os todos no mesmo saco me assusta! Vc sabia que feminismo é a luta por direitos iguais para mulheres? E que machismo é a dominação do homem sobre a mulher? Que os dois termos não são e nem nunca serão simétricos? Procure conhecer um pouco mais sobre o feminismo. Existem muitos homens feministas por aí, que nos acompanham na luta diária por direitos iguais e respeito. É uma pena que você não se ache machista, se soubesse que o é pelo menos teria a chance de mudar!

Anônimo disse...

Agradeço a sugestão, mas, não, obrigada! ;)

Anônimo disse...

Só pra encerrar, já que estamos saindo do assunto da matéria. Em que momento eu comparei feminismo e machismo, Fabiana? E pior: onde foi que eu os coloquei no mesmo saco? Não vou entrar nessa seara. O que eu disse é que ter uma visão exacerbada sobre movimentos como machismo, feminismo, sexismo pode cegar. A gente não pode enxergar esses "ismos" em tudo quanto é conduta. Vamos com calma, né?

Anônimo disse...

Só pra encerrar, já que estamos saindo do assunto da matéria. Em que momento eu comparei feminismo e machismo, Fabiana? E pior: onde foi que eu os coloquei no mesmo saco? Não vou entrar nessa seara. O que eu disse é que ter uma visão exacerbada sobre movimentos como machismo, feminismo, sexismo pode cegar. A gente não pode enxergar esses "ismos" em tudo quanto é conduta. Vamos com calma, né?

Anônimo disse...

Só pra encerrar, já que estamos saindo do assunto da matéria. Em que momento eu comparei feminismo e machismo, Fabiana? E pior: onde foi que eu os coloquei no mesmo saco? Não vou entrar nessa seara. O que eu disse é que ter uma visão exacerbada sobre movimentos como machismo, feminismo, sexismo pode cegar. A gente não pode enxergar esses "ismos" em tudo quanto é conduta. Vamos com calma, né?

Anônimo disse...

Só pra encerrar, já que estamos saindo do assunto da matéria. Em que momento eu comparei feminismo e machismo, Fabiana? E pior: onde foi que eu os coloquei no mesmo saco? Não vou entrar nessa seara. O que eu disse é que ter uma visão exacerbada sobre movimentos como machismo, feminismo, sexismo pode cegar. A gente não pode enxergar esses "ismos" em tudo quanto é conduta. Vamos com calma, né?

Anônimo disse...

Só pra encerrar, já que estamos saindo do assunto da matéria. Em que momento eu comparei feminismo e machismo, Fabiana? E pior: onde foi que eu os coloquei no mesmo saco? Não vou entrar nessa seara. O que eu disse é que ter uma visão exacerbada sobre movimentos como machismo, feminismo, sexismo pode cegar. A gente não pode enxergar esses "ismos" em tudo quanto é conduta. Vamos com calma, né?

Fabiana Nogueira Chaves disse...

Feminismo é um movimento político que luta para que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens! Para que homens e mulheres andem de mãos dadas construindo um mundo melhor, sem opressão de gênero!

Se você não conhece (e se nega a conhecer) um movimento que luta por melhores condições de vida para as mulheres ( e homens!) sua opinião a respeito do caso acima citada é absurdamente inválida, não pode ser levada em consideração sob nenhuma hipótese!

Muitas pessoas acham que machismo e feminismo são a mesma coisa para sexos diferentes. Mas não são! Pura ignorância! Tudo bem não conhecer! O que me assusta é as pessoas terem orgulho da ignorância e ainda quererem continuar nela!

Se você diz que não quer conhecer algo, se nega ao conhecimento de algo para seu próprio esclarecimento, vc não é só ignorante...

Como um bom machista, vc questiona sem conhecer e se arroga ao direito de julgar algo que provavelmente nunca sentirá na pele.

O machismo mata ... e emburrece!





Fabiana Nogueira Chaves disse...

Obs: Qdo vc diz "esses ismos", coloca os movimentos todos em um mesmo saco sim! Feminismo liberta, machismo mata! Impóssivel feminismo fazer mal ou cegar! Análise do discurso, meu caro. Mas enfim, que sirva para refletir!

Anônimo disse...

Mais uma vez, agradeço sua lição, mas, não, obrigada!

Anônimo disse...

Olha como você é preconceituosa, Fabiana. Você se dirigiu a mim pensando que eu sou homem, percebeu? Releia seus comentários. Você viu nos meus comentários um comportamento supostamente machista e, na sua cabeça feminista, deduziu que eu sou homem. Você está errada.

Fabiana Nogueira Chaves disse...

Também existem mulheres machistas, temos machistas de sobra... Homens, mulheres, héteros, homossexuais, de todas as raças, crenças e nacionalidades.. infelizmente...

Você sendo ou mulher ou homem é machista. Essa é a questão. Repudio e luto contra o machismo e contra atitudes machistas, sejam elas praticadas por homens ou mulheres!

Reafirmo tudo que afirmei anteriormente! Porém, como vejo que as bases cognitivas sobre o assunto são bem díspares.. me retiro da discussão por falta de saco!

Anônimo disse...

Além de (pré)conceito, você também apresenta o dom da adivinhação, Fabiana? Como pode afirmar com tanta certeza que sou machista? Conseguiu aferir isso de umas simples linhas por mim escritas? Lembre-se de que quem direcionou o assunto para o tema machismo e feminismo foi você. Eu não tinha (e não tenho) a preocupação e a intenção de dissertar sobre conceitos, dos quais tenho conhecimento, a propósito, apesar da sua verborragia. Não fui, em momento algum, machista. Eu apenas questionei a autora do artigo quanto ao axioma por ela criado (desculpe-me se a ofendo ao dizer isso, Stela Guimarães, não é meu objetivo).
E reafirmo o que disse: a gente não pode cair no erro de enxergar machismo, feminismo, sexismo em tudo quanto é conduta. Isso torna a convivência beligerante demais e humanamente impossível, além de criar inúmeros moinhos de vento.
Quanto a sua insinuação de que possuo menos QI, conhecimento, sabedoria, inteligência (chame como quiser), eu me reservo ao direito de nem responder.
Abraços e continue sua exemplar luta contra o machismo. Mas, daqui para frente, procure acertar os alvos corretos.

Anônimo disse...

Em tempo, faço uma correção e uma observação. Desculpe-me, Fabiana, pelo trecho: "Quanto a sua insinuação de que possuo menos QI, conhecimento, sabedoria, inteligência (chame como quiser), eu me reservo ao direito de nem responder." Foi uma falha de interpretação de minha parte. Você não quis dizer isso. Apenas disse que nossas bases cognitivas são diferentes, o que não significa dizer, necessariamente, desiguais. Não tomo seu comentário como pejorativo.
Quanto à observação: eu não estou discutindo com você. Você, tal qual Dom Quixote, está lutando contra seus moinhos de vento.
Paz e sucesso.

Rodrigo Caetano Rahmeier disse...

Concordo que houve uma ênfase um pouco apelativa na casuística apontada, isso pode ser chamado em termos científicos de Reducionismo Determinista, e em termos Cognitivos, podemos classificar como Abstração Seletiva, naquele eliminam-se outras variáveis da equação, reduzindo os determinantes, neste último, já "a priori", devido a visões de mundo e ou ideologias partidárias, sociais ou ativistas, a subjetividade só consegue pensar de acordo com os pressupostos que formatam a personalidade, caso contrário ocorre um fenômeno conhecido como Dissonância Cognitiva (Festinger) e o “sistema” pode incorrer em “mal-funcion”, pois quem vai querer desfazer os motivos pelos quais escolheu algo pra si?

A Teoria do Patriarcado no fim é isso, mais uma teoria, uma visão de mundo que ajuda a perceber, observar, processar e compreender a realidade, no caso funciona como Âncora Epistemológica do Movimento Feminista que, como produto gera o antagonista da luta pela igualdade, o Machismo.

Logo, o que parece ser igualmente um erro por parte do Anônimo (e perdão se interpretei errado) é pensar o Machismo como movimento. Não é, aliás muito pelo contrário, o machismo é todo e qualquer pensamento, emoção e comportamento de verticalidade de um gênero sobre o outro.

O Machismo é um paradoxo muito complicado de se perceber pois está tão arraigado em nossa cultura que, dos atos mais simples como o “abrir a porta do carro” para as mulheres, até o querer “pagar a conta de um jantar” (conhecidos como cavalheirismo interesseiro ou oportunista, quando não se faz com e para todxs) e tantos outros, historicamente falando, tem na base, a dominância vitalícia do gênero masculino sobre o feminino.

O Machismo é socialmente compartilhado e validado enquanto constructo teórico exatamente pelos comportamentos estereotipados de muitos homens, como por exemplo, contar vantagem ao grupo a qual se pertence de que “comeu” fulana, ciclana e beltrana, aonde ocorre a objetificação do corpo feminino como mero objeto provedor de prazer, única e exclusivamente ao corpo masculino.

É exatamente por estes pressupostos de merecimento, enaltecimento e exclusividade, advindos de religiões monoteístas, do moralismo conservador, todos transubstanciados em "valores" e muitas vezes não conscientemente percebidos por muitos homens, que algumas atitudes masculinas e igualmente de muitas mulheres (estas, quem sabe por repressão de seus próprios desejos), acabam sendo preconceituosas (no caso quando a mulher é sexualmente livre), retrógradas (pensar que é porque a mulher está com roupa curta, está necessariamente incitando/provocando/convidando o macho para o coito), enfim o ato de acusar a vítima, eliminando a responsabilidade do infrator.

...continua...

Rodrigo Caetano Rahmeier disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo Caetano Rahmeier disse...

É difícil entender certas "acusações" de algumas feministas (não estou aqui afirmando ou me referindo a Stela, mas na maneira como muitos que se sentem ofendidos e que acabam igualmente generalizando o Feminismo, que é na essência multideterminado e é colorido de acordo com a personalidade de cada feminista) pois as generalizações são sempre abstratas e perpassam e ou ignoram aquilo que os homens realmente são dentro de sua biologia, sendo tão somente a anatomia e orientação sexual (no caso hetero) os "critérios" para englobar todo e qualquer macho da espécie como Machista, tão somente por assim se encontrar e ou as vezes querer argumentar algo em relação tanto ao Machismo quanto o Feminismo, logo afirmar que a violência foi motivada pelo simples fato de ser do sexo feminino, é a mesma coisa, existe mais ativismo do que lógica, no argumento.

Creio que o Feminismo é essencialmente necessário para toda a gama de orientações sexuais existentes, é sim uma luta que almeja a equidade entre os gêneros (o sistema binário é heteronormativo, compulsório e homofóbico na raiz) e que vem (pois não vejo isso em mais nenhum outro movimento social) causando muitas mudanças nos Sistemas de Formatação de Subjetividades, o novo sempre causa ansiedade e medo, por isso muitas vezes as reações são extremas, isso de ambas as partes, muitas feministas exageram e se apressam em logo acusar de machista a pessoa que argumenta o contrário e o que se sente ofendido igualmente exagera pois não entende a mensagem anterior a pessoa que a transmite!

Anônimo disse...

Perdoe-me, Rodrigo. Não quis tratar o machismo como movimento, o qual realmente não é. Se pareceu isso, foi falha minha.
Minha intenção sempre foi me ater à ideia da autora do texto.
"Concordo que houve uma ênfase um pouco apelativa na casuística apontada, isso pode ser chamado em termos científicos de Reducionismo Determinista, e em termos Cognitivos, podemos classificar como Abstração Seletiva, naquele eliminam-se outras variáveis da equação, reduzindo os determinantes, neste último, já "a priori", devido a visões de mundo e ou ideologias partidárias, sociais ou ativistas, a subjetividade só consegue pensar de acordo com os pressupostos que formatam a personalidade, caso contrário ocorre um fenômeno conhecido como Dissonância Cognitiva (Festinger) e o “sistema” pode incorrer em “mal-funcion”, pois quem vai querer desfazer os motivos pelos quais escolheu algo pra si?"
Muito bom.

Anônimo disse...

"... logo afirmar que a violência foi motivada pelo simples fato de ser do sexo feminino, é a mesma coisa, existe mais ativismo do que lógica, no argumento."
Pois é.

Rodrigo Caetano Rahmeier disse...

Anônimo, andei refletindo sobre o contexto geral das trocas de ideias aqui e acho que houveram certos exageros, pelo menos da minha parte posso seguramente afirmar isso e o seu ato de copiar e frisar certos argumentos meus, pareceu meio que uma batalha ou luta contra a TOTALIDADE daquilo que a autora do blog quis transmitir, como um regozijo socialmente reforçado.

Eu no meu ponto de vista, discordei de um argumento e não da intenção da autora. Acho ainda que me deixei influenciar pelo meu preconceito contra certas formas de ativismos.

Por mais que ainda pense que houve igualmente um exagero em afirmar "simplesmente por que era mulher", acho que se fosse trocado por "Se fosse homem dificilmente teria acontecido", mudaria um pouco o tom ou intenção, enfim.

Mas acho, humildemente que ambos eu, e infelizmente devido a seu anonimato, você fomos sim um pouco covardes, bom eu pelo menos mostro sempre quem sou, virtualmente ou pessoalmente e tem algo que percebo com certa frequência, devemos sempre tentar entender a mensagem subjacente ao verbo, as vezes não conseguimos elaborar corretamente nossas ideias e acabamos sendo mal-interpretados.

Longo entre o "provar-se" certo e causar desconforto no Outro, prefiro admitir meus erros!