segunda-feira, junho 27, 2005

Blecaute (sobre esperança)

Dias desses, na verdade, já há muitos idos, um blecaute causado por seja-lá-o-que-for, pegou-me de surpresa. E a casa outrora iluminada, terminara na mais total escuridão.
Se ainda não fosse a escada (o banheiro é no piso superior) e a necessidade de proteger da penumbra o filho que não passara dos quatro anos, a escuridão não causaria tamanho pavor.
Por descuido ou esquecimento, não comprara nenhuma vela no dia anterior. Não haveria como saber que terminaria surpreendida pela escuridão!!

Mas as janelas da minha casa eram tão imensas, embora eu não as conhecesse tão bem (elas estavam sempre detrás das cortinas), que após abertas, deixaram que a luz do luar inundasse minha sala. A lua estava lá, embora a noite estivesse escura, como que colocada pela fenda imposta pelos cúmulus nimbos dançando no céu. É, ela estava lá.

Passado algum tempo, um reencontro ontem lembrou-me do tal blecaute e encheu-me de esperança. Como a lua posta no céu, algumas pessoas que passaram pela minha vida aparecem, de surpresa, em encontros casuais, e iluminam o que seria uma noite escura. E suas existências bastam— mesmo distantes, estão sempre aqui, dentro de mim. E eu nelas
;-).

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