terça-feira, junho 20, 2006

A merda do início



Eu havia estabelecido não falar nada fora do
politicamente correto nesse blog. Exemplo: foda-se
trocado por dane-se etc. Até porque não sou do
tipo que fala palavrão. Muito menos pra parecer
descolada ou revoltada sem motivos maiores. Já
passei dos 16 há 12 anos. Não preciso fingir infelicidade
pra ser aceita. Até porque (parte dois) ser aceita
já não interessa tanto.

Bem, essa pirâmide clássica e nada invertida ou
esse lead digno de nota 3 --caso se tratasse de um
texto pra graduação (período encerrado há oito anos)
foi uma introdução para dizer uma sentença simples.
"COMO É DIFÍCIL COMEÇAR UM TEXTO".

Explico: um texto de verdade e não essas coisas que
escrevo aqui sem ritmo, métrica ou melodia.
Pode soar estranho para alguém que me conhece ler
uma afirmação dessas escrita por mim. Sou capaz de
escrever um troço como esse em menos de cinco minutos.
Mas a situação muda completamente quando são estabelecidas
certas regras ou em situações regadas ao estresse das sextas-feiras
à noite (quem já fez 'pescoção' em jornal diário sabe do
que estou falando).

O resultado? A criatividade vai pro ralo. O desespero se
instala.

Estou há dias ensaiando para escrever um ensaio. O trocadilho
foi péssimo mesmo. Tão ruim quanto a minha ausência de introdução.
O caso é tão grave que não consigo nem começar o óbvio.

Nessas horas, meu único consolo é lembrar da resposta da
bruxa boa do leste à Dorothy, em "O Mágico de Oz".
Quando questiona "Por onde devo começar?", a menina tem a resposta
da bruxa: "Bem, é sempre bom começar pelo começo".

Pena não ter uma estrada de pedras amarelas pra me ajudar.
É uma merda mesmo. Foda-se o politicamente correto agora.

Um comentário:

Stela disse...

Comecei enfim.
Ueba.