quarta-feira, junho 28, 2006

O dia em que ganhei uma bicicleta

Parte 1 - O passado

O dia em que ganhei uma bicicleta soa como o título de uma redação infantil.
Durante minha infância, contudo, nunca pude escrever um texto como esse.

Fui irmã caçula de família suburbana e quase sempre dura. Ou seja, combinação perfeita para uma criança sem bicicleta nova.

Bem, eu até tive uma Ceci cor-de-rosa herdada da minha irmã (saliento aqui um detalhe importante: quando minha irmã ganhou a bicicleta ela já era usada. Foi quando em um processo de 'upgrade' passou da cor branca para a rosa). Tempos depois minha irmã passou da idade de andar de bicicleta e me deixou a Cecizinha de presente. Já meio arranhada, é fato. Para mim, foi como retirar a primeira carteira de habilitação.

Os anos se passaram e eu nem me lembro o destino da Ceci rosa que me levara à escola durante anos. E eu nunca mais andei de bicicleta.


Parte 2 - O presente


Festa junina na escolinha do meu filho. Lá vou eu animada com a possibilidade de me entupir das guloseimas desta época. Confesso até ter tentado um 'porre' de quentão e vinho quente, em vão.
A escola é filantrópica (embora particular), ligada à Igreja Católica, e vez ou outra promove eventos para construir mais um banheiro, mais uma sala, mais alguma coisa seja ela qual for.
Logo, a festa junina oferece uma ocasião imperdível para encher os cofrinhos, desta vez, com vistas à ampliação da escola. Acabamos compelidos a comprar cartelas pro bingo beneficente.
Reclamo aqui em casa. Bingo? Afe. Mas pago e fico com as cartelas.



O dia é 27 de junho. Sob o pretexto de não perder o dinheiro investido nas cartelas, vou marcando os números sorteados. De início acho um saco mas depois acabo me empolgando. Ao fim já estava gritando coisas como "Manda a Boa", digna de uma senhora de 76 anos. E eis que no terceiro lance de sorte deste ano, eu ganho uma bicicleta 'zero quilômetro'. E de 18 marchas.

Volto à ser criança.

;-)

Nenhum comentário: