quarta-feira, dezembro 26, 2007

Note



não há como fugir do mercado consumidor. somos criados sob a égide da sociedade do consumo, ou do conspício, segundo verblein, e nos deleitamos facilmente com aquilo que a tecnologia nos propõe: de quatro horas seguidas de música no meu ipod genérico ou na chance de transformar em texto os pensamentos que surgem inesperadamente na madrugada, confortavelmente instalado na sua cama com o notebook comprado em zilhares de vezes por um preço inimaginável há dois anos (e fatalmente depreciado em tempo inferior a isso, daqui pro futuro).

sob o pretexto de guardá-lo melhor para servir-me sempre, trouxe o 'note', pseudônimo carinhoso para o computador ultrapessoal para o quarto. e como as idéias que surgiram o banho precisavam tomar forma, liguei o laptop mais uma vez. em um passe de mágica, a enxurrada de pensamentos que deram origem ao ato desapareceram após a senha de entrada. em seu lugar, uma ode ao notebook surgiu, como se ele tivesse vontade própria sobre aquilo que guarda em 80 gigabites de memória.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, Stela, não se iluda. Nunca conseguimos guardar totalmente aquele insight maravilhoso que tivemos enquanto estávamos no banho, dirigindo, ouvindo uma música ou simplesmente caminhando pelas ruas. Desse momento até quando conseguimos chegar a um computador (ou simplesmente arranjar uma caneta para tomar notas) muita coisa acaba se perdendo.

Aí acabamos fazendo um texto que, ainda sabendo que é bom, temos certeza de que poderia ter sido melhor. Acho que isso persegue todo e qualquer mortal que tenta "passar seu recado" pra frente...

Mas, nem por isso, desistimos! Quem sabe um dia a gente consegue aquele texto perfeito?

[ ]s!

Anônimo disse...

Engraçado, aconteceu o mesmo comigo ontem. Bem, não exatamente assim... eu estava inspirada, milhões de coisas bailavam em minha mente, e não sei se fazia algum sentido, mas eu estava descobrindo dentro de mim mesma as coisas com realmente são. Então, depois de um tempo, fui escrever no meu caderninho cheio de textos filosóficos, eu diria. Mas, depois das três primeiras frases, tudo da minha cabeça sumiu, como se tivesse ficado um vácuo, e todos o pensamentos, idéias, de poucos minutos atrás, foram pro espaço.

Anônimo disse...

adauto e alice, os insigths com certa frequência ocorrem em hora errada.
e daí no seu lugar escrevo um monte de besteira --de tampas lambidas de danete a ode to my laptop! rs
stela