Não consigo imaginar meu passado sem as idas ao parque. Na primeira vez, eu era muito pequena para excursionar sozinha, então minha mãe foi junto. Lá vimos a baleia Orca, o cinema 180 e outras atrações como a montanha encantada - para a qual esperamos quase quatro horas para viver alguns momentos naquele barquinho. Nesta mesma vez, soubemos que um dos meninos da nossa excursão, o Carlinhos, havia sido expluso por arrancar a cabeça de um monstro (de mentira, claro) no chute. Foi a primeira vez que "presenciei" um ato de rebeldia. Eu tinha uns seis anos de idade, acredito.
Foto daqui: http://playcentermaniaco.blogspot.com.br/2010/12/do-fundo-do-bau.html
Depois disso, as idas foram ficando mais frequentes. E eu, mais velha, mas não menos sonhadora. Na saída do Cine 180, havia uma barraquinha para venda de artigos de mágica e doces pega-trouxa (a trollagem dos anos de 1980). Era como se fosse o nosso beco diagonal. Meu dinheiro nunca dava para comprar algo além do lanchinho que eu mesma levava, mas com umas modinhas consegui adquirir o primeiro Dadinho que pintava a língua de azul (e minha amiga Miriam, troladora que só, comprou vários!).
Ir ao Playcenter era o momento mais esperado da minha vidinha. A gente costumava ir uma, duas vezes por ano. Mesmo morando pertinho do empreendimento, a grana era curta para o Passaporte da Alegria - que dava direito a brincar em todos os atrativos - e só por isso eu não ia mais. Era tudo tão legal que a Casa dos Espelhos, a Casa dos Monstros e o Splash (a mini montanha-russa aquática) tinham quase a mesma relevência. Tudo era mágico. O cheiro da pipoca, do algodão-doce... Mascar o recém-lançado Babaloo de morango.... Viver tudo isso ao lado de colegas e amigos da escola, como a inseparável Sheila, o Kiko, o Lê... E ainda, aos 14 anos, dar o primeiro beijo (dele) em um garoto pela qual era era mega apaixonada na volta da excursão.
Em 2008 levei, pela primeira e única vez, meu filho Henrique para conhecer o parque. As cores já pareciam desbotadas, não havia mais tanta emoção, eu pensei. Mas para o Henrique foi diferente. A magia estava lá, nele, em seus olhinhos brilhando ao final do dia com tantas luzes. Percebi que o parque podia ter mudado e, de certa forma, decaído (haja visto que perdeu grande parte de sua área por dívidas com a prefeitura), mas a mágica de imprimir bons momentos na nossa memória continuava latente.
Vamos sentir saudades, Playcenter...
Para saber mais, clique aqui para acessar a matéria da Folha.
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