sábado, julho 28, 2012

Adeus, Playcenter!

O Playcenter, o mais tradicional parque de diversões de São Paulo e o primeiro do Brasil, fecha as portas amanhã e com elas, encerra naquela área de 85 mil metros quadrados a lembrança de muita gente que, como eu, viveu os melhores momentos de sua infância naquele lugar.

Não consigo imaginar meu passado sem as idas ao parque. Na primeira vez, eu era muito pequena para excursionar sozinha, então minha mãe foi junto. Lá vimos a baleia Orca, o cinema 180 e outras atrações como a montanha encantada - para a qual esperamos quase quatro horas para viver alguns momentos naquele barquinho. Nesta mesma vez, soubemos que um dos meninos da nossa excursão, o Carlinhos, havia sido expluso por arrancar a cabeça de um monstro (de mentira, claro) no chute. Foi a primeira vez que "presenciei" um ato de rebeldia. Eu tinha uns seis anos de idade, acredito.

Foto daqui: http://playcentermaniaco.blogspot.com.br/2010/12/do-fundo-do-bau.html


Depois disso, as idas foram ficando mais frequentes. E eu, mais velha, mas não menos sonhadora. Na saída do Cine 180, havia uma barraquinha para venda de artigos de mágica e doces pega-trouxa (a trollagem dos anos de 1980). Era como se fosse o nosso beco diagonal. Meu dinheiro nunca dava para comprar algo além do lanchinho que eu mesma levava, mas com umas modinhas consegui adquirir o primeiro Dadinho que pintava a língua de azul (e minha amiga Miriam, troladora que só, comprou vários!).

Ir ao Playcenter era o momento mais esperado da minha vidinha. A gente costumava ir uma, duas vezes por ano. Mesmo morando pertinho do empreendimento, a grana era curta para o Passaporte da Alegria - que dava direito a brincar em todos os atrativos - e só por isso eu não ia mais. Era tudo tão legal que a Casa dos Espelhos, a Casa dos Monstros e o Splash (a mini montanha-russa aquática) tinham quase a mesma relevência. Tudo era mágico. O cheiro da pipoca, do algodão-doce... Mascar o recém-lançado Babaloo de morango.... Viver tudo isso ao lado de colegas e amigos da escola, como a inseparável Sheila, o Kiko, o Lê... E ainda, aos 14 anos, dar o primeiro beijo (dele) em um garoto pela qual era era mega apaixonada na volta da excursão.


Em 2008 levei, pela primeira e única vez, meu filho Henrique para conhecer o parque. As cores já pareciam desbotadas, não havia mais tanta emoção, eu pensei. Mas para o Henrique foi diferente. A magia estava lá, nele, em seus olhinhos brilhando ao final do dia com tantas luzes. Percebi que o parque podia ter mudado e, de certa forma, decaído (haja visto que perdeu grande parte de sua área por dívidas com a prefeitura), mas a mágica de imprimir bons momentos na nossa memória continuava latente.

Vamos sentir saudades, Playcenter...

Para saber mais, clique aqui para acessar a matéria da Folha.

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