quarta-feira, outubro 26, 2005

Reflexos de 'Tiros em Columbine'




Finalmente, com dois anos de atraso, assisti hoje –ao acaso proporcionado pela programação televisiva— o documentário ‘Tiros em Columbine’, de Michael Moore.

Não haveria tema melhor para a semana em que aprovamos a continuidade da venda de armas no país. Tenho lá minhas ressalvas quanto ao cineasta –a mesma que mantenho em relação a qualquer mensagem panfletária. Mas, de fato, ‘Tiros em Columbine’ têm momentos brillhantes que, para mim, superam ‘Farenheiht 9/11’, do mesmo diretor.

Talvez essa impressão seja mais emotiva que racional. Provalvemente, venha de minha empatia com o senhor Moore no que tange à venda de armas.

No Brasil, diferentemente dos EUA (graças à Deus), a venda de armas e munição oficial não é tão simples a ponto de conseguirmos cartuchos de 9 mm no Wall-Mart. Ainda não.
Mas os mesmo entusiastas do ‘Não’ à proibição do comércio de armas de fogo já falam em rever o Estatuto do Desarmamento e reclamam do endurecimento das regras do porte –entre elas, a da obrigatoriedade do teste psicotécnico a partir de dezembro deste ano àqueles que desejam ‘se proteger’ com ajuda de um ‘trêsoitão’.

Talvez os muitos brasileiros que têm adoração pela ‘América’ ou por qualquer droga que venha da terra de Tio Sam possam, no futuro, ‘contribuir’ para que nós, tupiniquins, tenhamos um destino como os dos legítimos ‘americanos’.

Em relação ao medo, o referendo das armas provou que estamos nos aproximando cada vez mais da neurose americana.

Lá, qualquer cidadão branco pode ter uma arma conforme prevê o artigo 2º da Carta Magna do país. Aqui, aprovamos a venda de armas aos ‘civis’ que querem proteger suas famílias da crescente ‘onda de violência’. Como lá, optamos por manter esse ‘direito’ de defesa à paranóia. Quem sabe um dia julgaremos condescendente o Brasil invadir outro país e destruí-lo para defender algum direito. Avisemos desde já: não tentem tomar nossa Amazônia, estrangeiros!!

Por enquanto, diferentemente dos americanos, a maior ameaça inimiga não são os terroristas do além-mar. Eles estão mais perto. São os pobres do além-muro e das cercas-elétricas, separados dos ‘cidadãos de bem’ que poderão se armar. Talvez, quem sabe, com uma ajuda futura do Wall-Mart.

Do meu lado, meu filho Henrique de quatro anos de idade também quer opiniar. Quer que eu escreva aqui ‘“NÃO” às armas no Brasil’. Acredita que as palavras são mágicas e teriam neste espaço a força da escolha em uma urna eletrônica. E com meus os sonhos tão vagos, mergulho no dele e projeto uma humanidade menos ‘protegida’. Ao menos, não pelo poder de fogo de uma arma.

4 comentários:

Stela disse...

MALDITO SPYWARE!!!
SE ALGUÉM COUBER COMO EVITO ESSA TROLHA, AGRADEÇO!!

Stela disse...

VOU DIFICULTAR OS COMENTS NA CONFIGURAÇÃO... HUMPF ;-(

Bruno Capelas disse...

Engraçado... também assisti a esse filme nos últimos dias... novamente assino embaixo do que você escreveu e percebo que seu filho está sendo muito bem criado... :D.

Bjs!

Stela disse...

Obrigada, sweet. Seu pai cria bem o dele também. Eita menino inteligente!!!!!